Inflação do aluguel segue em queda e sem reajuste

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São Paulo – O mês de julho será o terceiro seguido em que inquilinos que têm contrato com vencimento na data não sofrerão reajuste no valor do aluguel. A avaliação leva em conta a variação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) divulgado nesta quinta-feira (29) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

(Foto: Reprodução Pixabay)

A informação surge após o indicador responsável pelo reajuste da maioria das locações vigentes no Brasil apresentar recuo de 1,93% no mês de junho, a quinta taxa negativa consecutiva. Na referência para os reajustes, o IGP-M acumula queda de 6,86% nos últimos 12 meses, o menor patamar da história do índice, apurado desde maio de 1990.

O percentual em questão é aquele que seria repassado às locações com aniversário de vencimento no próximo mês. No entanto, a maior parte dos contratos possui cláusulas que barram o reajuste negativo do indicador, o que deve ocasionar a manutenção do valor pago atualmente.

A sequência de três baixas consecutivas do IGP-M acumuladonão era vista na economia nacional desde o período compreendido entre dezembro de 2017 e fevereiro de 2018. A recente variação negativa da inflação do aluguel mantém a tendência de queda apurada desde maio de 2021, quando o indicador apresentava oscilação de 37% para as locações que venceriam no mês seguinte.

Em junho do ano passado, a chamada inflação do aluguel subiu 0,59%, e o índice acumulado no período anual foi de 10,7%, percentual repassado aos contratos de julho de 2022, os mesmos que agora não sofrerão reajuste.

O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola e industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente da apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.

Análise do resultado

O economista André Braz, coordenador dos índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), explica que a nova queda do IGP-M é resultado da deflação registrada pelos preços ao produtor, agora impulsionada pela queda do preço dos combustíveis na refinaria.

“O preço do diesel encolheu 13,82%, enquanto o preço da gasolina caiu 11,69%. Afora tal contribuição, os preços de importantes commodities agropecuárias seguem em queda, como milho (-14,85%) e bovinos (-6,55%)”, destaca Braz.

Ele cita ainda que a redução de 0,25% dos preços aos consumidores também ajudou na queda da inflação do aluguel.

“As principais contribuições partiram dos preços da gasolina (-3%) e dos automóveis novos (-3,76%)”, diz o economista.

A taxa do grupo bens intermediários registrou nova queda, passando de -1,49%, em maio, para -2,88%, em junho. O principal responsável por esse movimento foi o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo percentual passou de -6,09% para -11,44%.

Já as matérias-primas brutas estão 4,1% mais baratas, após registrarem variação negativa de 6,48% em maio. Contribuíram para a suavização da queda do grupo os seguintes itens: minério de ferro (-13,26% para -2,21%), soja em grão (-9,4% para -4,32%) e milho em grão (-15,64% para -14,85%). Em sentido oposto, destacam-se os seguintes itens: leite in natura (3,92% para -4,51%), bovinos (-3,34% para -6,55%) e café em grão (-1,81% para -5,49%).

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