Alysson Paolinelli, ex-ministro da Agricultura, morre aos 86 anos

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Formado como engenheiro agrônomo, ele transformou o Brasil em uma referência mundial ao desenvolver uma agricultura voltada para áreas tropicais. Paolinelli foi um dos criadores da Embrapa. Morre o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli
Morreu, nesta quinta-feira (29), o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, um dos poucos brasileiros indicados ao Nobel da Paz. A causa não foi informada.
O corpo de Alysson Paolinelli foi recebido com honras militares no Palácio da Liberdade, onde foi velado.
Paolinelli morreu na manhã desta quinta-feira (29), aos 86 anos, em um hospital de Belo Horizonte. Mineiro de Bambuí, Alysson Paolinelli assumiu a Secretaria de Agricultura de Minas em 1971. Formado como engenheiro agrônomo, transformou o Brasil em uma referência mundial ao desenvolver uma agricultura voltada para áreas tropicais.
“Ele sempre foi um defensor das boas práticas, um incentivador da pesquisa e tecnologia. Ele sempre promoveu e incentivou a segurança alimentar”, afirma Celírio Inácio, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café.
Paolinelli foi um dos criadores da Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, e durante os cinco anos que esteve à frente do Ministério da Agricultura, a partir de 1974, no governo Ernesto Geisel, modernizou a estrutura da empresa; desenvolveu políticas de crédito e assistência técnica que revolucionaram o setor.
“Ele foi um agregador e, nesse agregador, ele contribuiu para constituir instituições. Ele contribuiu para formatar e formar inúmeros profissionais. Ele contribuiu para que o Brasil tivesse programas, planos implementares”, diz Frederico Duraes, chefe-geral Embrapa Milho e Sorgo.
Foi presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e há 13 anos estava à frente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho.
Em 2012, Alysson Paolinelli fundou o Instituto Fórum do Futuro, voltado à produção sustentável da agropecuária.
Durante evento em Rondônia, em 2021, Alysson falou sobre a Amazônia.
“O que nós queremos é fazer como fizemos no Cerrado. Sem degradar, recuperamos aquelas áreas e as transformamos nas mais produtivas competitivas que o mundo tem”, disse na ocasião.
Ele foi indicado duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz pelos caminhos que abriu para a segurança alimentar mundial.
O governador de Minas, Romeu Zema, decretou luto de três dias.
“Deixou um legado grandiosíssimo que, talvez, é difícil de nós mensurarmos que ele conseguiu, há 50 anos, visualizar o potencial agrícola que o Brasil tinha e que ninguém acreditava”, disse Zema.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo disse ele foi “um dos principais responsáveis por transformar o agro brasileiro em potência mundial”.
A Academia Nacional de Engenharia também lamentou a morte de Alysson Paolinelli. Lembrou que ele implantou um programa de bolsas de estudos para estudantes brasileiros nos maiores centros de pesquisa do mundo.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, também lembrou a importância de Paolinelli.
O presidente Lula destacou que o ex-ministro Alysson Paolinelli foi um dos principais responsáveis pelo aumento da produção de grãos, colocando o Brasil como um grande exportador.
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