Parlamentares de oposição querem impeachment do presidente que tentou fechar Congresso da Coreia do Sul


A votação tem que ser em no máximo 72 horas, e já deve acontecer na sexta-feira (6). Assembleia Nacional sul-coreana quer impeachment de presidente, após tentativa de dissolução do mandato de parlamentares
Imagem: Reprodução/ TV Globo
Parlamentares de oposição na Coreia do Sul querem o impeachment do presidente que tentou fechar o Congresso.
“Foi um momento de traição militar que considerávamos que tinha desaparecido da história. Ele cometeu um pecado imperdoável”, disse um congressista da oposição sobre o presidente Yoon Suk Yeol.
Na terça-feira (3), ele decretou lei marcial. Uma tentativa de enfrentar um Congresso, de maioria oposicionista.
Mas antes mesmo do sol raiar em Seoul, Yeol voltou atrás e cancelou o decreto. E nesta quarta-feira (4), a toque de caixa, o que já se esperava: a Assembleia abriu processo para tirar o presidente do poder.
O processo anda rápido. A votação tem que ser em no máximo 72 horas, e já deve acontecer na sexta-feira (6).
Das 300 cadeiras na Assembleia Nacional, 192 são ocupadas por integrantes de partidos de oposição. Com dois terços dos votos, o impeachment segue. Ou seja, os opositores precisam só de oito deputados governistas para afastar o presidente.
Se assim for, aí o primeiro-ministro assume interinamente e a Corte Constitucional da Coreia vai decidir o futuro de Yeol.
Antes de se eleger presidente, Yeol era procurador federal. Ficou famoso porque ajudou a prender dois ex-presidentes.
Ele se apresentou como um candidato durão no estilo “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Ele só não contava com o fato de que iria enfrentar uma oposição forte e que não era um rei. Na democracia, as coisas precisam de um pouco mais de conversa.
Nas ruas, milhares pedem para que ele renuncie antes mesmo da votação do impeachment. Os Estados Unidos, grande aliado coreano, agora observam o que vai acontecer com o homem que estreitou tanto a relação entre os dois países que até cantou para o presidente americano Joe Biden.
Mas depois do show político de terça-feira (3), talvez seja a hora de fechar a cortina.
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