Usuários de drogas da Cracolândia depredam carros, ônibus e viatura: veja vídeo

Dependentes químicos frequentadores da Cracolândia, no centro de São Paulo, realizaram ataques a ao menos seis ônibus e uma viatura, além de outros carros, no início da tarde desta terça-feira, 11. O caso assustou moradores e comerciantes da região de Campos Elíseos, República e Santa Ifigênia. Não havia, até o meio da tarde, registro de feridos na ocorrência.

Ao Estadão, a PM disse que os ataques aconteceram após uma ação de dispersão na Rua Conselheiro Nébias, a 750 metros da Praça Julio Mesquita, por volta das 12h30. A polícia recebeu uma denúncia de um morador sobre uma interdição da via causada pelos usuários.

Após a ação da polícia, os usuários se espalharam pela região quebrando vidros de carros e ônibus. Comerciantes relataram que cerca de 30 usuários pararam um ônibus de transporte público e um caminhão de lixo no encontro das ruas Vitória e Conselheiro Nébias.

“Começaram a jogar pedra sem parar”, contou a lojista Jaqueline Pitol, de 53 anos. Proprietária de um comércio em frente onde tudo aconteceu, ela conta que os funcionários baixaram as portas assim que ouviram os primeiros estilhaços de vidro. “Foi assustador”, conta. O movimento da loja, segundo ela, caiu pela metade desde que o fluxo passou a ficar por perto.

Comerciante na região, Romário Rodrigues, de 29 anos, relatou que carros e pedestres que estavam na Praça Julio Mesquita também foram atacados. “Uma menina de 15 veio dizer que teve o celular roubado, tinham uns que estavam com faca”, disse. Na rua, logo em frente à loja, havia estilhaços de vidros quebrados do ônibus. “O motorista do caminhão do lixo eles puxaram pelo cangote.”

A confusão só não foi pior, disseram comerciantes, porque a polícia chegou ao local cerca de cinco minutos depois. Ainda assim, o clima era de tensão na região, com muitos fechando a loja mais cedo e temendo novos episódios de violência. “Parecia que a intenção era quebrar tudo, colocar fogo no ônibus”, disse um comerciante que não quis se identificar. “Nosso medo é que tenha mais disso hoje ainda.”

Moradora e comerciante em Santa Ifigênia há décadas, Maria José Leite, de 71 anos, disse que os lojistas foram ameaçados durante a dispersão do fluxo. “Passaram gritando ‘a gente vai quebrar tudo’”, contou ela, que tem uma loja na Rua Aurora. “Todo mundo começou a abaixar as portas o mais rápido que podia.”

Ela afirma que quem estava na região foi afetado pelas bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia. “Nossos olhos começaram a lacrimejar, foi horrível. Até uns funcionários da prefeitura que estavam aqui perto vieram pedir ajuda”, disse. Sem planos para se mudar da região no curto prazo, Maria relata que a preocupação da família com ela é frequente. “Sempre perguntam como estou.”

Um suspeito de atacar viatura foi preso

Após o quebra-quebra, a Polícia Militar confinou o fluxo da Cracolândia por cerca de uma hora na Rua dos Gusmões. Foram montados cordões de agentes nos cruzamentos da via com a Avenida Rio Branco e com a Rua Santa Ifigênia. Eles foram liberados pela polícia por volta de 16h.

Uma viatura também foi atacada no quebra-quebra da hora do almoço, segundo a PM. Um suspeito de ter depredado o veículo foi detido e conduzido ao 77.º DP.

“Quando houve a necessidade do emprego de agentes químicos, ou munição de impacto controlado, foi feito com aqueles que estavam mais exaltados e investindo contra as equipes”, relatou Eduardo Casagrande, capitão da Força Tática do 7.º batalhão da Polícia Militar.

Segundo o agente, foi necessário a utilização de aproximadamente 70 policiais, 10 viaturas e 15 motocicletas na ação. Ele estima que existam cerca de 200 usuários na região onde a Cracolândia se instalou. “Houve a apreensão do indivíduo que apedrejou a viatura, um indivíduo que era procurado pela Justiça. Ele foi conduzido para o 77.º Distrito, aqui na Alameda Glete”.

Após a desmobilização do cordão de agentes, Casagrande disse que o policiamento na região continua como diariamente é feito, com motocicletas, agentes a pé e viaturas.

Em nota, a SPTrans, da Prefeitura, que gere o sistema de transporte público municipal, disse repudiar “os atos de vandalismo ocorridos com ao menos seis ônibus na região central no dia de hoje”. “A SPTrans mantém contato com a PM em relação às ocorrências de violência no transporte público e esclarece que todos os registros que recebe de usuários são comunicados ao setor de inteligência das autoridades policiais.”

Ataques sucessivos

Não é a primeira vez que usuários de drogas provocam ataques na região. No fim de junho, um supermercado foi saqueado. E no começo do mês passado, um bar havia sido saqueado e carros atacados com pedras. Esse tipo de problema se intensificou após a dispersão da Cracolândia, ainda no começo de 2022. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

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