No Rio Tocantins, equipes buscam 8 desaparecidos e dizem que não há risco de contaminação da água


Segundo os mergulhadores, a carreta que transportava 76 toneladas de ácido sulfúrico e as outras duas que levavam 22 mil litros de defensivos agrícolas estão bem preservadas. Mergulhadores encontram mais dois corpos no Rio Tocantins
Subiu para oito o número de mortos no desabamento de uma ponte na divisa de Maranhão e Tocantins. Mergulhadores localizaram nesta quinta-feira (26) mais dois corpos. Nove pessoas estão desaparecidas.
Com a ajuda de drones aquáticos, as equipes de resgate encontraram os dois corpos que estão presos às ferragens de uma caminhonete no fundo do Rio Tocantins.
“Encontramos duas carretas, uma de ácido sulfúrico e a outra com produtos herbicidas. E próximo à carreta de produto revestida, a gente encontrou uma caminhonete. Nela foram encontradas duas vítimas. As vítimas estão com difícil acesso, vai ser difícil a recuperação desses corpos”, diz tenente-coronel Rafael Menezes, comandante do 1º Batalhão de Bombeiros de Palmas.
É de um posto de comando que os mergulhadores partem para as buscas, e o procedimento de desinfecção é necessário porque eles chegam muito perto das cargas de produtos químicos.
“Isso aí é um procedimento de segurança que se faz para garantir que o mergulhador não sofra nenhum dano”, explica o cel. Célio Roberto, comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Maranhão.
No Rio Tocantins, equipes buscam 8 desaparecidos e dizem que não há risco de contaminação da água
Jornal Nacional/ Reprodução
Segundo os mergulhadores, a carreta que transportava 76 toneladas de ácido sulfúrico e as outras duas que levavam 22 mil litros de defensivos agrícolas estão bem preservadas. Em imagens divulgadas pela Marinha, é possível ver parte de uma das carretas e embalagens de defensivos agrícolas.
“É importante a gente destacar para a população que, ao encontrar qualquer tipo de vasilhame, que não pegue nesse vasilhame, que possa direcionar para essas empresas que estão no posto de comando, chamar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ou alguém do posto de comando. Porque eles têm aparatos, equipamentos, EPIs para retirar esse material”, diz Caco Graça, supervisor de emergência ambiental.
Com a ajuda dos drones, é possível determinar a localização exata dos veículos e dos corpos. A Polícia Federal também esteve no Rio Tocantins para fazer um mapeamento. Os dados vão fazer parte das investigações sobre as responsabilidades do desabamento.
A queda da estrutura da ponte não afetou o trecho da Ferrovia Norte-Sul, que fica ao lado. A VLI – responsável pela linha férrea – fez uma inspeção preventiva e reforçou que a ponte não deve ser usada como alternativa por veículos ou pedestres por representar um risco para esse tipo de travessia.
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Jornal Nacional/ Reprodução
Em Brasília, representantes de diversos órgãos federais e dos dois estados fizeram a primeira reunião da sala de crise montada para acompanhar os impactos do acidente na água do rio. Até agora, a análise de amostras não identificou vazamento do material transportado pelos caminhões. Autoridades afirmaram que será preciso monitorar a qualidade da água até que todo o conteúdo seja removido.
“Caso vaze, os impactos são em diversos setores, em diversos segmentos. Como foi falado aqui, um risco maior até para o meio ambiente. Em relação aos usos múltiplos da água, nós vamos manter em atividade essa sala de crise, manter o monitoramento e manter o contato direto com as companhias de saneamento de abastecimento de água, principalmente, que é em caso de vazamento, em caso de detecção de alguma alteração, a providência imediata é a interrupção, a suspensão das captações de água”, afirma Alan Lopes, superintendente adjunto de Operações e Eventos Críticos da ANA.
A expectativa é que a remoção dos veículos do fundo do rio leve cerca de 30 dias. Uma nova reunião da sala de crise está marcada para a próxima semana.
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