Quais são os impactos psicológicos de viver próximo aos parentes

Viver perto de parentes e outras pessoas com as quais você se importa pode influenciar diretamente no seu modo de pensar e agir, aponta estudo conduzido pela Universidade de Michigan, como suas opiniões sobre a pena de morte ou a tendência de se alistar para a guerra.

Viver perto de parentes pode gerar pensamentos mais punitivistas para quem oferece risco à sociedade – Foto: Freepik/ND

O artigo, publicado na Revista de Psicologia da Personalidade e Psicologia Social, analisou dados de voluntários dos Estados Unidos, Filipinas e Gana, dispostos em seis estudos sobre como viver em um ambiente com muitos ou poucos parentes afetou psicologicamente os participantes.

“As diferenças surgem porque viver em áreas com muitos parentes, ou simplesmente sentir que há muitos parentes por perto, muda a importância que as pessoas dão ao apoio aos outros (e à garantia de que eles não sejam feridos)”, explica Joshua Ackerman, professor de psicologia da Universidade de Michigan.

Pesquisadores analisaram dados de voluntários de três países – Foto: Rogério Suriani/ND

Quais os efeitos de viver perto de parentes?

O professor Joshua pontua que quem vive em regiões com mais familiares perto, ou que desejam morar, adota comportamentos pró-grupo mais extremos. Por exemplo, essas pessoas apresentaram mais disposição de lutar em uma eventual guerra por seu país do que aquelas que moravam distantes dos parentes.

Ter os parentes muito próximos também gera uma sensação maior de pertencimento ao grupo, além de serem mais punitivas de comportamentos criminosos, como apoiar a pena de morte por assassinato.

De acordo com o professor, o modo de pensar é uma forma de prevenir e reduzir o risco de danos a membros da própria família ou para punir aqueles que prejudicam a família de alguém.

Viver perto de parentes também gera um senso maior de responsabilidade – Foto: Freepik/ND

Sensação de obrigação por viver perto de parentes

O autor principal do estudo, Oliver Sng, que é professor assistente de ciências psicológicas da Universidade da Califórnia, ressalta que a grande sensação de pertencimento e conexão com o grupo é acompanhada de um senso de dever.

“Isso significa que há mais pessoas ao seu redor que você precisa proteger. É por isso que vemos pessoas vivendo perto de parentes apoiando a punição de comportamentos perigosos”, destaca.

Oliver defende que a dimensão das relações interpessoais é pouco examinada, mas que é importante, pois ajuda a compreender origens de vários comportamentos sociais e diferenças culturais.