Bebê abandonada em árvore estava com machucados no pé e na testa, diz delegado

PC-GO investiga se lesões na criança são de antes do abandono. Bebê segue internada na maternidade de Aparecida de Goiânia. Polícia Civil analisa imagens da região onde bebê foi encontrada em sacola
A bebê abandonada debaixo de uma árvore em Goiânia estava com machucados no pé e na testa, disse o delegado responsável pela investigação, Bernardo Comunale. O investigador não sabe ainda esclarecer se os machucados são anteriores ao abandono ou provocados pelo contato da criança com a calçada e matos onde foi deixada “escondida”.
“A gente não pode precisar, pois a criança estava em uma sacola fina e um travesseirinho na calçada, em um local áspero. Então, ela pode ter se machucado sozinha”, disse o delegado.
No entanto, ele não descarta que as lesões na bebê não tenham sido causadas por alguém antes do abandono. Por isso, Bernardo Comunale ressaltou que pediu um exame mais “aprofundado” na criança.
“Uma hipótese de lesão anterior não é descartada, por isso a gente requisitou um exame de corpo de delito, que vai poder dizer quanto tempo tem essa lesão e o que teria ocasionado essa lesão”, pontuou Comunale.
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A criança segue internada na Maternidade de Aparecida de Goiânia, no Setor Garavelo, na Região Metropolitana da capital. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município informou, na segunda-feira (30), que a bebê “segue estável e sendo acompanhado pela equipe de pediatria”.
O g1 voltou a entrar em contato com a SMS, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Sobre uma estimativa da idade da bebê, Bernardo Comunale descartou se tratar de uma recém-nascida com poucos dias de vida. Porém, ele não arriscou indicar quantos dias ou se ela tem meses de nascimento.
“É uma criança que está com o umbigo cicatrizado. Ela está gordinha. Calma e com os olhos abertos”, analisou Comunale, ao apresentar fotos da criança na ocorrência.
Acerca do resgate, Bernardo explicou que a dona de casa Sirlene Augusto de Campos, que encontrou a bebê, não mora na mesma rua onde ela foi encontrada, mas que a mulher visita a praça próximo do local.
“A criança não estava na praça, ela estava na calçada do outro lado da rua, que fica mais escondida. Era uma árvore que tem uma moita, onde a criança estava razoavelmente escondida ali”, descreveu Comunale.
Ele acrescentou que se a bebê não tivesse chorado, seria difícil alguém encontrá-la “dentro de uma sacola plástica”.
“Se a mulher passasse e a criança não estivesse chorando, era possível que ela não fosse vista”, concluiu o delegado.
Investigação
Bernardo Comunale relatou que a Polícia Civil de Goiás (PC-GO) esteve no local, coletou imagens de câmeras de segurança da região e averigua os vídeos gravados no dia em que a bebê foi encontrada.
“Nós fomos até ao local, procuramos imagens de diversas casas, casas próximas, e temos muitas imagens. Temos algumas pessoas, que nós já vimos, que podem ser suspeitos. Mas a gente ainda não tem certeza”, contou o delegado.
De acordo com Comunale, por envolver menores de idade, a investigação seguirá sob responsabilidade da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Goiânia. O Conselho Tutelar também acompanha o caso.
O conselheiro tutelar da região Oeste de Goiânia, Pedro Lima, disse que quando a bebê receber alta médica, e se não for encontrado os pais ou parentes, ela será encaminhada para uma casa de acolhimento, onde ficará à disposição da Justiça.
“A gente vai levar [a bebê] para uma casa de acolhimento, para deixar ela em segurança e agora começa uma busca por parente, pela mãe e pelo pai”, esclareceu o conselheiro à TV Anhanguera.
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Divulgação/CBM-GO
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