SP retira mais de 90 mil caminhões de lixo do Rio Tietê e seus afluentes em 2024, o maior número nos últimos 9 anos


Apenas em 2024, foram mais de 1,3 milhão de metros cúbicos recolhidos do fundo das águas, maior número nos últimos nove anos, segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo. Governo estadual gastou R$ 434 milhões em desassoreamento nos últimos dois anos. Sedimentos retirados do Rio Tietê, em SP
Divulgação
O governo de São Paulo retirou 1.315.042 de metros cúbicos de sedimentos do Rio Tietê e seus afluentes em 2024 — é a maior quantidade em nove anos, segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente. O número equivale a cerca de 90 mil caminhões cheios de lixo. Em 2015, foram 1.715.782 m³ (veja mais na tabela abaixo).
Desde março de 2023, quando o projeto IntegraTietê foi lançado, a quantidade de detritos recolhidos passou dos 2,3 milhões de m³ (ou 164.285 caminhões). Para isso, o programa do governo estadual já gastou R$ 434 milhões.
De acordo com a pasta, o trabalho de desassoreamento remove sujeira, sedimentos e outros materiais do fundo de rios e afluentes, o que ajuda a melhorar a qualidade ambiental, aumenta a capacidade de absorver a água das chuvas e contribui para reduzir o risco de enchentes.
Lixo retirado do Rio Tietê e afluentes
Em parceria com a Cetesb, o IntegraTietê realiza o monitoramento de 30 pontos do rio para acompanhamento do nível de carga orgânica total.
O objetivo, segundo a secretária, é até 2029 é que o rio tenha menos matéria orgânica e que consequentemente apresente uma coloração melhor e sem cheiro. 
Mancha de poluição no Tietê
Em setembro de 2024, o g1 mostrou que a mancha de poluição na Bacia Hidrográfica do Rio Tietê, que corta quase todo o estado de São Paulo, havia aumentado 47 quilômetros e passado para 207 km de extensão de 2023 para 2024 — o pior número desde 2012, quando a marca chegou a 240 km, de acordo com dados da Fundação SOS Mata Atlântica.

A Secretaria do Meio Ambiente afirmou que outra frente de trabalho do IntegraTietê é a eliminação do lançamento de esgoto no curso d’água e disse que, nos últimos dois anos, a Sabesp — que deixou de ser uma estatal no ano passado — investiu R$ 1,6 bilhão em obras com esse objetivo.
O vídeo abaixo mostra parte do trabalho de desassoreamento no rio. Retroescavadeiras são usadas para fazer a separação dos materiais, que variam entre areia, lixo, galhos, folhas e terra das margens no processo de erosão.
O governo realiza a intervenção ao longo de 165 quilômetros do Tietê — da barragem Edgard de Souza, em Santana de Parnaíba, até a barragem de Ponte Nova, em Salesópolis. Além disso, retirada sedimentos ao longo dos 25 quilômetros de extensão do Rio Pinheiros — do canal da represa Guarapiranga até o encontro com o Tietê.
Retroescavadeira retira sedimentos do Rio Tietê

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