Conselheiro especial que investigou filho de Biden critica presidente em relatório

O conselheiro especial do Departamento de Justiça, cujo caso de seis anos sobre Hunter Biden foi interrompido no mês passado pelo perdão incondicional que o presidente dos EUA Joe Biden concedeu ao seu filho, criticou o presidente americano em seu relatório final desta segunda-feira (13).

O conselheiro especial David Weiss repreendeu o presidente Biden por fazer acusações “gratuitas e erradas” de que sua investigação sobre Hunter Biden era injusta e manchada pela política.

Quando o presidente perdoou seu filho no mês passado, ele disse que Hunter Biden foi vítima de um processo “seletivo” que foi “injusto” e um “erro judiciário”.

Weiss disse em seu relatório que “outros presidentes perdoaram integrantes da família, mas, ao fazê-lo, nenhum aproveitou a ocasião como uma oportunidade para difamar os servidores públicos do Departamento de Justiça com base apenas em falsas acusações”.

Weiss acrescentou: “Eu processei os dois casos contra o Sr. Biden porque ele violou a lei”.

“Longe de serem seletivas, essas acusações eram a personificação da aplicação igualitária da justiça — não importa quem você seja ou qual seja seu sobrenome, você está sujeito às mesmas leis que todos os outros nos Estados Unidos”, escreveu Weiss.

“Políticos que atacam as decisões de promotores de carreira como politicamente motivadas quando discordam do resultado de um caso minam a confiança do público em nosso sistema de justiça criminal”, afirma o relatório.

“As declarações do presidente impugnam injustamente a integridade não apenas do pessoal do Departamento de Justiça, mas de todos os servidores públicos que tomam essas decisões difíceis de boa-fé”, acrescenta o documento.

Weiss investigou Hunter Biden desde 2018, quando ele era o procurador dos EUA nomeado por Donald Trump para Delaware. Depois que Joe Biden se tornou presidente, ele manteve Weiss para terminar seu trabalho, mesmo substituindo quase todos os outros procuradores dos EUA, como é comum.

O procurador-geral Merrick Garland elevou Weiss a “conselheiro especial” em 2023, depois que um acordo de confissão de culpa proposto por Hunter Biden implodiu no tribunal.

Weiss acusou duas pessoas durante o curso de sua investigação: Hunter Biden e Alexander Smirnov, um ex-informante do FBI que acusou falsamente Hunter e seu pai de receber US$ 10 milhões em propinas da Ucrânia. Os republicanos da Câmara usaram essas alegações para reforçar uma tentativa fracassada de impeachment.

Smirnov foi condenado na semana passada a seis anos de prisão.

Durante a investigação de Weiss, ele fez história ao se tornar o primeiro promotor nos EUA a apresentar acusações criminais contra o filho de um presidente em exercício. Hunter Biden foi condenado por um júri por três acusações relacionadas à sua compra e posse ilegal de uma arma enquanto abusava de drogas ilícitas.

Weiss também apresentou uma acusação fiscal federal de nove acusações contra Biden, que se declarou culpado no que deveria ser o primeiro dia de seu julgamento em setembro. Ele admitiu sonegação fiscal, apresentação de declarações fiscais falsas e falha em apresentar e pagar seus impostos em dia.

Hunter Biden nunca foi condenado por esses crimes, porque foi perdoado por seu pai após a eleição de novembro, interrompendo o processo judicial.

O caso foi repleto de alegações de politização de ambos os lados. Weiss negou anteriormente que seu trabalho tenha sido prejudicado por qualquer interferência política.

A família Biden e alguns democratas acusaram Weiss de mirar injustamente em Hunter e fazer a vontade de Trump, cedendo às suas exigências para indiciar Hunter Biden.

Mas muitos republicanos argumentaram que Weiss não foi rígido o suficiente com Hunter e lhe ofereceu um “acordo de favor” que poderia ter encobertado seus crimes.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Conselheiro especial que investigou filho de Biden critica presidente em relatório no site CNN Brasil.

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