Trauma ocular: saiba o que é e veja dicas simples para prevenir

A região dos olhos é uma das áreas mais sensíveis do corpo humano, exigindo cuidados redobrados para evitar um trauma, também conhecido como lesão ocular.

Em conversa com a CNN, o oftalmologista Tiago César Pereira Ferreira explica que o diagnóstico refere-se a qualquer dano causado ao olho ou as estruturas ao seu redor, como as pálpebras, a órbita ou o aparelho lacrimal.

Segundo o profissional, esses danos podem ser leves, como irritações ou abrasões superficiais ou graves, como perfurações, fraturas orbitais ou queimaduras químicas.

“Traumas oculares são frequentemente classificados conforme a causa (mecânica, química, térmica ou radiação) e podem comprometer temporária ou permanentemente a visão se não forem tratados adequadamente”, contou.

O que pode levar a uma intercorrência?

Conforme comenta o oftalmologista, as principais causas incluem acidentes domésticos, como exposição a produtos químicos ou impacto com objetos pontiagudos, acidentes de trabalho, especialmente em setores industriais ou construção civil, onde a falta de equipamentos de proteção individual aumenta o risco.

Além disso, atividades esportivas e recreativas, como lesões decorrentes de bolas ou contato físico em esportes; acidentes automobilísticos, que podem gerar contusões ou corpos estranhos nos olhos; e o uso inadequado de lentes de contato, que pode levar a abrasões na córnea ou infecções.

“Essas intercorrências podem ser agravadas pela negligência em adotar medidas preventivas, como o uso de equipamentos de proteção”, acrescenta.

Os traumas oculares mais comuns

Entre as lesões mais comuns, há destaque para mecânicas, que podem ser contusas, causadas por pancadas diretas no olho, ou penetrantes, quando um objeto perfura o globo ocular. Já as lesões químicas, são provocadas por produtos ácidos ou alcalinos, sendo estas últimas mais perigosas por penetrarem profundamente nos tecidos.

As térmicas, como queimaduras por faíscas, líquidos quentes ou objetos em alta temperatura; e lesões por radiação, como danos causados pela exposição prolongada ao sol sem proteção adequada ou por soldagem sem equipamento de segurança.

“Outras lesões frequentes incluem abrasões da córnea, que são arranhões na superfície ocular, hifema, sendo o acúmulo de sangue na câmara anterior do olho, e fraturas orbitais, que comprometem os ossos ao redor do olho”, conta.

Como prevenir uma lesão ocular?

A prevenção é essencial e pode ser alcançada com medidas práticas e simples, como o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), como óculos ou máscaras de segurança – indispensável em ambientes de trabalho que envolvam exposição a produtos químicos, ferramentas ou risco de impacto.

Cuidados com produtos químicos domésticos também são cruciais, incluindo a leitura das instruções e o armazenamento seguro desses produtos, longe do alcance de crianças. A proteção contra radiação solar, utilizando óculos com proteção UV, é fundamental tanto para atividades diárias quanto para profissões que envolvem exposição a fontes de luz intensa, como a soldagem.

Já em esportes, o uso de óculos de proteção pode evitar lesões graves em modalidades de contato ou com objetos em alta velocidade. Por fim, o uso correto de lentes de contato, com higienização adequada e respeito às orientações médicas, ajuda a prevenir infecções e abrasões.

Tratamentos mais recomendados para lesões oculares

Lesões leves são geralmente tratadas com colírios lubrificantes ou antibióticos profiláticos para prevenir infecções. Corpos estranhos superficiais podem ser removidos com técnicas adequadas, seguidas do uso de colírios antibióticos para evitar complicações.

Já as lesões químicas exigem lavagem imediata com solução salina ou água estéril e avaliação oftalmológica urgente. Em casos mais graves, como hifema, recomenda-se repouso, uso de colírios anti-inflamatórios e monitoramento da pressão intraocular.

Lesões penetrantes frequentemente requerem cirurgia de emergência para reparação do globo ocular, enquanto fraturas orbitais podem necessitar de intervenção cirúrgica, dependendo da gravidade.

“Por fim, as lesões infecciosas ou secundárias a traumas demandam tratamento com antibióticos tópicos, ou sistêmicos, conforme o quadro clínico. Independentemente do tipo de trauma, a avaliação por um oftalmologista é indispensável para evitar complicações e preservar a visão”, conclui.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Trauma ocular: saiba o que é e veja dicas simples para prevenir no site CNN Brasil.

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