Ex-policial penal é acusado de difamação por diretor do CPP de Rio Preto ao publicar vídeo de detentos trabalhando em mutirão de combate à dengue


Icaro Macedo, ex-policial penal, publicou o vídeo mostrando detentos do regime semiaberto trabalhando, segundo ele, sem a devida fiscalização. A SAP afirma que havia rondas realizadas pela Polícia Penal. Ex-policial é acusado de difamação ao publicar vídeo de detentos trabalhando em mutirão
Um ex-policial penal é acusado de difamação após registrar e publicar um vídeo nas redes sociais em que mostra detentos em regime semiaberto realizando serviços de limpeza nas ruas de São José do Rio Preto (SP), segundo ele, sem a devida fiscalização por parte das autoridades policiais.
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Icaro Macedo, de 32 anos, foi acusado pelo diretor do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), Hezequias Ambrosi, de veicular informações falsas e prejudicar a imagem da instituição.
Icaro diz que recebeu recentemente uma denúncia de um colega policial penal com a informação de que os presos do regime semiaberto estavam saindo para realizar mutirões de limpeza nas ruas, sem a supervisão prevista pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).
Ao ir até o local, o ex-policial civil alega que encontrou os detentos participando da ação de combate à dengue, entretanto, segundo ele, sem nenhuma fiscalização das autoridades policiais, o que o motivou a gravar e a publicar o vídeo nas redes sociais.
No vídeo (assista acima), Icaro mostra os presos em uma das praças públicas de Rio Preto e critica a falta de fiscalização. Ele também relata que flagrou um dos detentos usando celular para falar com a namorada e fazer pedidos, como a entrega de um “radinho” para utilizá-lo na cadeia.
Ex-policial penal é acusado após publicar vídeo de detento falando ao celular em Rio Preto (SP)
Reprodução / Redes Sociais
“Um dos presos, que estava trabalhando no canteiro de obras, se afastou e, ao passar por uma pessoa próxima, pegou o telefone dela e ligou para a namorada, pedindo para levar o almoço e até um radinho para a cadeia. Quando percebeu que estava sendo gravado, ele desligou e voltou a capinar junto com os outros presos. Eu registrei esse momento”, explica o ex-policial penal.
Segundo Icaro, isso é um indicativo de que a fiscalização estava ausente, permitindo que os presos agissem sem restrições.
Em entrevista ao g1, Icaro diz que quando os detentos foram levados ao local de trabalho não havia nenhuma autoridade presente para acompanhá-los.
“Como não havia ninguém fiscalizando, infelizmente, os presos estavam agindo como queriam. E isso foi o que eu registrei”, conclui.
Denuncia de difamação
Hezequias Ambrosi, diretor do CPP, registrou um boletim de ocorrência contra Icaro, acusando-o de difamação. No documento, o diretor alega que o ex-policial penal distorceu os fatos e publicou imagens fora de contexto, com o intuito de prejudicar as instituições envolvidas no programa de limpeza.
Icaro, por sua vez, se defendeu afirmando que sua intenção foi apenas registrar o fato e apontar falhas na execução do programa, como a falta de fiscalização. “Não sei qual o motivo do diretor relatar uma difamação. Não entendi isso. Deixei claro que não mencionei o nome de ninguém, apenas capturei as imagens e relatei o que estava acontecendo”, pontua.
O que diz a SAP
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) se manifestou esclarecendo que os detentos que participaram do mutirão de limpeza nas ruas de Rio Preto estavam realizando a tarefa voluntariamente, dentro das permissões da Lei de Execução Penal. A secretaria afirmou ainda que, apesar da atividade ser externa, havia rondas realizadas pela Polícia Penal nos locais onde os detentos trabalhavam.
A nota ressalta que as imagens publicadas por Icaro foram feitas sem a autorização das partes envolvidas e que a direção da unidade está investigando a possível utilização de celulares pelos detentos.
Ainda segundo a SAP, a acusação de difamação segue em apuração e, caso confirmada, pode resultar em consequências legais para Icaro.
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