Acidentes aéreos: Há mais insegurança em voar?

A aviação privada, apesar de apresentar uma incidência maior de acidentes em comparação com a aviação comercial, ainda é considerada extremamente segura, segundo o piloto e coronel da reserva Ênio Beal Júnior. A análise foi feita após o acidente aéreo envolvendo um helicóptero em Caieiras, na Grande São Paulo, que resultou na morte de duas pessoas na noite da última quinta-feira (16).

O especialista explicou que, embora haja um maior número de incidentes na aviação privada, é importante contextualizar esses dados.

“Se nós considerarmos que nos últimos anos o transporte de passageiros ultrapassa a população do mundo, você tem mais de 9,5 bilhões de passageiros transportados todos os anos, o número de acidentes é pequeno”, afirmou.

Diferenças entre aviação comercial e privada

O coronel destacou as diferenças entre os diversos setores da aviação. Enquanto a aviação comercial é mais regulada e opera em aeroportos com melhor infraestrutura, a aviação privada frequentemente atende localidades desprovidas de serviços comerciais regulares, o que pode elevar o risco de incidentes.

“A aviação comercial é mais regulada. Além disso, ela vai para aeroportos que têm uma infraestrutura maior, mais preparada e os pilotos vão todos os dias para os mesmos locais”, explicou o especialista, contrastando com a realidade da aviação privada.

Estatísticas comparativas

Beal Júnior apresentou estatísticas que ilustram a diferença de segurança entre os setores. Na aviação comercial, ocorre aproximadamente um acidente a cada 830 mil decolagens. Já na aviação privada, essa proporção cai para um acidente a cada 100 mil operações.

“Ainda é, vamos dizer assim, uma incidência pequena, mas a gente vê que há uma margem bastante grande para que a aviação privada aprenda, por exemplo, com a aviação comercial e torne a sua operação cada vez mais segura”, concluiu o coronel, enfatizando a necessidade de contínuo aprimoramento nos protocolos de segurança da aviação privada.

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