Engorda da Praia de Ponta Negra em Natal; veja o antes e depois


Praia da Zona Sul da capital potiguar recebeu mais de 1 milhão de metros cúbicos de areia ao longo de 4,6 km de extensão. Morro do Careca antes e depois da engorda de Ponta Negra
Reprodução
A engorda da praia de Ponta Negra, na Zona Sul de Natal, foi concluída no último sábado (25), segundo anunciaram a Prefeitura de Natal e a DTA Engenharia, empresa que faz parte do consórcio contratado pelo município para a obra.
Dois vídeos feitos perto do Morro do Careca, principal cartão postal da cidade, servem de comparação do antes e depois do aterramento.
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A draga holandesa Elbe deixou a praia após transportar a última carga de areia e fazer uma manobra jogando água para cima. Segundo a DTA, o ato é conhecido como rainbow – arco íris em inglês, e é uma operação tradicional de despedida de obras.
Maquinas continuaram no local para fazer os acabamentos do aterro, segundo o município. Apesar disso, a prefeitura e a empresa tratam a engorda como encerrada.
A engorda
A obra resultou na ampliação da faixa de areia ao longo de 4,6 quilômetros da orla, iniciando na Via Costeira até o Morro do Careca. Ela foi apontada pela prefeitura como principal intervenção contra a erosão sofrida pelo avanço do mar contra o calçadão e Morro do Careca.
Os trabalhos foram iniciados em 20 de setembro de 2024, às 23h, quando a draga começou a depositar os primeiros 2 mil metros cúbicos de areia. Ao todo, 1 milhão de metros cúbicos de areia foram utilizados para ampliar a área de praia.
De acordo com o secretário do Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), Thiago Mesquita, a obra garante proteção e estabilidade da linha da costa.
“Atualmente, a região da praia de Ponta Negra arrecada cerca de 400 milhões de ICMS, segundo a Fecomércio. Com a obra da engorda, esse número vai subir 30%, chegando a arrecadar 120 milhões. Ou seja, a obra que custou 75 milhões em menos de um ano vai proporcionar o retorno para o poder público”, disse. 
“Todos os desafios técnicos e ambientais foram superados, não tendo havido nenhuma intercorrência sequer durante a exitosa execução dessa obra”, disse o presidente da DTA, responsável pela obra, João Acácia Gomes de Oliveira Neto.
Nos últimos quatro anos, a empresa realizou sete obras de alargamento de praias no Brasil. A empresa ainda possui mais 4 praias no Espírito Santo contratadas para esse ano e parte do próximo.
Alagamento
Apesar da conclusão da obra, banhistas e comerciantes da praia reclamaram do alagamento encontrado na orla, neste domingo (26), após poucos minutos de chuva. A prefeitura foi procurada para comentar o caso, mas não enviou posicionamento até a última atualização desta reportagem.
No dia 13 de janeiro, um problema parecido havia acontecido no trecho. A rede de drenagem do calçadão não suportou o volume de água, deixando a área com poças de lama, sujeira e mau cheiro. Trabalhadores, turistas e moradores relataram ainda esgoto no trecho alagado (veja mais abaixo).
Na ocasião, o secretário Thiago Mesquita afirmou que o problema ocorreu pela conexão entre dois pontos de drenagem e disse que houve um “extravasamento de esgoto”.
O MPF pediu para o Idema averiguasse a situação no local.
Histórico
A draga contratada para a obra chegou a Natal em junho de 2024, mas as licenças ambientais ainda estavam pendentes no Idema.
Em julho, sem autorização para executar a obra, a draga deixou a cidade. No mesmo mês, a Justiça determinou a emissão da licença, que foi concedida em 23 de julho com 80 condicionantes.
A obra foi iniciada em 30 de agosto, mas paralisada em 3 de setembro após problemas na jazida de areia serem identificados pela Funpec. O município iniciou uma nova busca por novos bancos de areia e encontrou um a 10 km da costa.
Em 20 de setembro, um decreto de emergência foi publicado pela prefeitura por causa da erosão do mar na costa.
A intervenção foi retomada com a nova jazida, enquanto a prefeitura alegou que o decreto dispensava a necessidade de uma nova licença ambiental.
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