Mortes por meningite em 2023 superam ano passado no RS; especialista reforça cuidados

Vigésima morte foi confirmada nesta quinta-feira (27). Cobertura vacinal baixa preocupa Secretaria da Saúde. Aumentam os casos e mortes por meningite bacteriana no RS
O Rio Grande do Sul confirmou nesta quinta-feira (27) a 20ª morte por meningite bacteriana registrada em 2023. Em relação ao mesmo período ao ano passado, o número aumentou 25% – foram 16 mortes pela doença até julho de 2022, de acordo com dados da Secretaria da Saúde do RS.
O registro de casos de meningite também apresentou alta no período. Veja os dados abaixo.
Infectologista do Hospital Moinhos de Vento, Paulo Gewehr reforça a importância de medidas como a vacinação contra a doença. E também alerta para o cuidado com sintomas como febre, rigidez na nuca e manchas avermelhadas pelo corpo: ao constatar algum desses indícios, é preciso procurar atendimento de saúde.
“Sendo um caso de meningite bacteriana, o tratamento precoce ajuda a controlar a doença, evitar que a pessoa possa vir a óbito e, mesmo que sobrevivendo, que fique com sequelas importantes dessa doença”, afirma.
Segundo a técnica do Núcleo de Doenças Respiratórias do Centro Estadual de Vigilância Sanitária (CEVS), Letícia Martins, a cobertura vacinal é considerada baixa. Veja abaixo quais as vacinas disponíveis na rede pública.
“É o reforço que a gente também tem feito pra nossa rede de vigilância e pro pessoal da atenção basica, é o aumento das coberturas vacinais. A gente tesá falando de doenças bacterianas que são de alta letalidade, mas que são imunopreviníveis e para as quais a cobertura vacinal das crianças está muito aquém do que precisa pra gente reduzir a incidências dessas doenças”, afirma.
Vacina contra meningite
Divulgação
Doença endêmica
Mesmo com a alta no ano, o CEVS garante que o estado não vive um surto da doença, que é considerada endêmica – ou seja, que circula na região dentro de índices esperados.
“A gente acompanha o avanço todos os anos e tem observado um aumento do número de casos de pneumococo, que é uma bactéria para a qual a gente tem uma vacinação. Ele aumentou um pouco de anos anteriores, só que a gente precisa ponderar também que nós iniciamos uma queda das notificações da incidência dessas meningites durante os anos pandêmicos, justamente porque as medidas pra SARS-COV preveniram a meningite” .
A meningite pode ser viral, bacteriana ou fúngica. Se espalha de uma pessoa para outra por meio das vias respiratórias, ingestão de água ou alimentos contaminados, ou ainda contato com fezes.
Vacinas disponíveis na rede pública
BCG: protege contra a meningite tuberculosa, disponível ao nascer.
Vacina meningocócica C (conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C, disponível aos 3 meses e 5 meses e reforço aos 12 meses de idade.
Vacina meningocócica ACWY (conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y, disponível aos 11 e 12 anos, como dose única. Até junho de 2023, O Programa Nacional de Imunizações disponibilizará temporariamente a vacina também para adolescentes de 13 e 14 anos de idade.
Vacina pneumocócica 10-valente (conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite, disponível aos 2 meses e 4 meses e reforço aos 12 meses de idade
Pentavalente: protege contra as doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, disponível aos 2 meses, 4 meses e 6 meses.
VÍDEOS: Tudo sobre o RS
Adicionar aos favoritos o Link permanente.