Mãe usa fantasia da Mulher-Maravilha para vender trufas e custear tratamento do filho com ‘ossos de vidro’

Suzamara da Silva Souza, de 33 anos, é mãe solo, tem quatro filhos e se prepara para ser avó. Com um salário mínimo por mês, ela luta para sustentar a família e continuar o tratamento do filho Nycolas, diagnosticado com ‘ossos de vidro’. Com roupa de mulher-maravilha, Suzamara percorre as ruas de Palmas vendendo trufas para ajudar filho com ‘ossos de vidro’
Montagem/g1
Fantasiada de mulher-maravilha, Suzamara da Silva Souza, de 33 anos, sai pelas ruas de Palmas, com uma caixa de isopor para vender trufas. Quem compra os produtos nem sempre sabe da história por trás da roupa de heroína. Ela mora na região sul da capital e tem quatro filhos. Um deles, Nycolas Teixeira da Silva, de 5 anos, tem ‘ossos de vidro’, uma doença rara, e se prepara para passar pela 7ª cirurgia.
Suzamara recebe um salário mínimo trabalhando como cuidadora em uma creche de Palmas. Para conseguir sustentar a família, teve a ideia de fazer trufas e vender nas ruas, nos fins de semana. O dinheiro que a mãe solo consegue arrecadar é insuficiente para as despesas da família.
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Além dos quatro filhos, Suzamara vai ser avó. A filha mais velha, de 17 anos, está grávida e deve dar à luz em setembro. O pai do bebê morreu esse ano. Em alguns meses, a família vai aumentar e os gastos também. Outra dificuldade é para comprar as roupinhas e os itens básicos para a criança.
Mesmo com a situação, a mãezona segue com o sorriso no rosto. “Mesmo com muitas dificuldade eu estou feliz que vou ser avó com 33 anos pois vou poder aproveitar essa oportunidade que Deus está me dando”.
A fantasia da mulher-maravilha é para atrair os olhares dos clientes e conseguir aumentar os lucros. Além disso, traz um significado maior para a história da mulher, que não se cansa de lutar pela família.
“Essa fantasia representa a mulher que me tornei hoje. Eu sou uma maravilha como mãe e educadora infantil. A personagem também veio porque o Nycolas gosta de fantasias e ele fica muito feliz quando eu me visto assim e vou para as ruas com a esperança que a felicidade do meu filho nunca pare”.
Doença rara
Suzamara é mãe de Nycolas diagnosticado com doença rara
Arquivo Pessoal
Nycolas foi diagnosticado com osteogênese imperfeita, doença genética conhecida como ossos de vidro. A mãe relata que durante a gestação, sentiu que poderia ter algo errado.
“Eu já desconfiava que não estava certo, ele não mexeu como os outros. Aí com dez dias de vida, Nycolas teve uma fratura de fêmur pela manhã e outra à tarde”.
O menino precisou passar por exames, os quais constataram a doença rara. Desde então, ele já teve várias fraturas e por causa disso, tem dificuldades de se locomover. Para fazer a reparação, precisou passar por seis procedimentos. Agora, ele se prepara para a sétima cirurgia.
Suzamara relata que o tratamento é contínuo. O menino precisa de medicamentos e de sessões de hidroterapia. “Pelo SUS [Sistema Único de Saúde], a gente não consegue e eu não consigo pagar mais [pela rede particular]”, lamentou ela.
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Diagnosticado com doença rara, Nycolas, de cinco anos, se prepara para fazer a 7ª cirurgia
Arquivo Pessoal
A doença rara e genética afeta aproximadamente uma a cada 20 mil pessoas. O tratamento precisa ser feito com vários tipos de especialistas, como ortopedista pediatra, fisioterapeuta e até odontólogo.
Suzamara espera que o filho tenha mais qualidade de vida. Para isso, criou uma vaquinha na internet para conseguir comprar um carro simples. Ela conta que tem uma motocicleta, no entanto, não consegue transportar o menino. A história do Nycolas é compartilha na internet pelo Instagram @nycolasdecristal.
A mulher-maravilha espera que no futuro, as limitações do filho, não o impeçam de lutar pelos sonhos.
“Eu espero que Nycolas tenha um vida abençoada. Que as limitações dele não sejam obstáculos para ele realizar os seus sonhos e quando eu não estiver mais aqui, que ele se lembre que teve uma mãe maravilhosa que batalhou muito para ver ele feliz e saudável”, completou.
Nycolas já teve várias fraturas no fêmur e, por causa disso, tem dificuldades de se locomover
Arquivo Pessoal
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