PF cumpre 26 mandados contra empresas que teriam fraudado licitações de serviços terceirizados


Grupo usou dados falsos para obter benefícios fiscais e ofertar preço menor, além de usar ‘laranjas’ para ocultar donos verdadeiros, diz PF. Empresa tem ‘dezenas’ de contratos com o governo. Policiais federais na porta da empresa R7 Facilities, em Brasília
TV Globo/Reprodução
Policiais federais cumprem mandados no Distrito Federal nesta terça-feira (11) contra empresas suspeitas de terem agido para fraudar licitações.
Segundo a PF, as investigações começaram em abril do ano passado e indicam que as firmas:
têm vínculos “societários, familiares e trabalhistas” – ou seja, pertencem ao mesmo grupo;
se associaram para fraudar as licitações;
usaram falsa declaração de dados para obter benefícios fiscais e, com isso, oferecer preço menor nas disputas;
usava “laranjas” como sócios das empresas para ocultar os verdadeiros donos.
A investigação, segundo a PF, mira “dezenas de contratos vigentes com a Administração Pública, incluindo um contrato com a própria Polícia Federal”.
Benefícios irregulares e uso de ‘laranjas’
A TV Globo apurou que a empresa alvo dos mandados é a R7 Facilities – que venceu uma concorrência recente, de R$ 321 milhões, para prestar serviços gerais ao governo federal.
A licitação previa a contratação de 1.216 funcionários terceirizados por um período de três anos, e era a maior concorrência já feita para esse tipo de serviço.
O Ministério da Gestão e Inovação, no entanto, desclassificou a R7 da competição apontando dois fatores:
uso indevido da desoneração da folha de pagamentos para reduzir o preço ofertado na licitação – já identificado pela Controladoria Geral da União (CGU) em contratos anteriores;
falta de indícios de que a R7 teria capacidade em arcar com os custos para a prestação do serviço.
A R7 também é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por, supostamente, estar registrada em nome de “laranjas”.
Essa investigação foi aberta em 2024, após presos fugirem do presídio de segurança máxima de Mossoró (RN). A R7 prestava serviços de manutenção para a unidade e, após a fuga, os contratos envolvendo o presídio foram reexaminados.
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