Ex-funcionária judia processa Kanye West por declarações nazistas, diz site

O rapper Kanye West, 47, foi processado por uma ex-funcionária judia, que trabalhou como especialista em marketing na Yeezy, marca do cantor, após ele fazer declarações nazistas. De acordo com o TMZ, a mulher afirma ter sido vítima de intimidações constantes, incluindo ameaças e insultos por parte de Ye.

Nos documentos do processo, a mulher detalha episódios de abuso verbal em que Kanye teria feito afirmações como: “Bem-vindos ao primeiro dia de trabalho para Hitler”, enviando essa mensagem em um chat de grupo com ela e outro funcionário judeu.

Ela também afirma que, quando sugeriu que Kanye emitisse uma declaração condenando o nazismo após seu álbum de 2024, “Vultures Vol. 1”, ele respondeu com: “Eu sou um nazista”.

Segundo o TMZ, a ex-funcionária disse que Kanye frequentemente a tratava de forma humilhante com mensagens. Ele ainda teria a chamado de “sociopata sem coração” e feito ofensas pesadas, como: “Salve Hitler”, “Você é feia pra caramba”, “Sua estúpida e cafona”, e “F***-se, sua va***”.

Outro momento de tensão ocorreu quando Kanye enviou uma mensagem com a frase: “O que sobrou depois que eu disse deathcon”, fazendo referência ao tuíte de 2022 em que ele ameaçou fazer “death con 3 contra o povo judeu” — um trocadilho com o sistema de classificação de ameaças usado pelo Pentágono, DEFCON.

Ainda conforme o site, a mulher relatou o comportamento de Kanye a seu gerente, mas, em vez de receber apoio, foi demitida imediatamente. Ela afirma que o rapper a desafiou dizendo: “Agora me processe, sua vag***** cafona”. A ex-funcionária busca uma indenização por danos emocionais e assédio moral.

Na última segunda-feira (11), o perfil de Kanye West na plataforma X, antigo Twitter, foi desativada após declarações racistas e nazistas do rapper. Em um dos comentários compartilhados recentemente, ele declarou: “Eu sou um nazista”.

Antes de ter a conta derrubada, ele também elogiou Hitler e defendeu Sean “Diddy” Combs. As atitudes foram condenadas pela Liga Antidifamação (ADL) e pelo Comitê Judeu Americano, além de despertarem reações em artistas como o ator David Schwimmer, intérprete Ross Geller, no seriado “Friends”.

“Não podemos impedir um fanático de espalhar seu ódio ignorante… mas podemos parar de dar um megafone para ele, Sr. Musk”, escreveu Schwimmer.

Ele também destacou a influência de Kanye West sob os mais de 32 milhões de seguidores. “Kanye West tem 32,7 milhões de seguidores na sua plataforma, X. Isso é o dobro de pessoas do que o número de judeus existentes. Seu discurso de ódio doentio resulta em violência na vida real contra os judeus”, destacou.

West já postou discursos antissemitas no X em 2022, sendo restringido da plataforma. Desta vez, não se sabe se o rapper desativou o próprio perfil ou se foi removido da rede.

Além das postagens nazistas, Kanye West promoveu a venda de uma camiseta branca com uma suástica nazista em um comercial local, na região de Los Angeles, Estados Unidos, durante o intervalo do Super Bowlna noite do último domingo (9).

A propaganda direcionava os espectadores ao site oficial de sua própria marca, a Yeezy, no qual apenas a camiseta está à venda, por US$ 20, o que equivale na cotação atual do dólar a R$ 115,80.

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*Com colaboração de Mariana Valbão da CNN em São Paulo

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ex-funcionária judia processa Kanye West por declarações nazistas, diz site no site CNN Brasil.

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