Rio Grande do Sul prevê safra de uva 55% maior do que a de 2024


85% da colheita vão para a indústria, em uma cadeia produtiva que fabrica 230 milhões de litros de vinhos e espumantes e movimenta R$ 12 bilhões por ano. Rio Grande do Sul prevê safra de uva 55% maior do que a de 2024
Reprodução/TV Globo
O Rio Grande do Sul está colhendo a primeira safra de uva desde as enchentes de 2024.
As mãos tingidas pela uva carregam o esforço de 60 anos de trabalho. Nesta safra, as frutas colhidas pela família Tansini representam um recomeço. Deslizamentos de terra, durante as enchentes de 2024, derrubaram parte do parreiral em Bento Gonçalves.
“Conseguimos erguer um pedaço e, agora, devagarzinho depois dessa safra aqui, vamos tentar erguer o resto”, diz o viticultor Ivanor Tansini.
“Dois meses praticamente escapando de casa, voltando para casa, tendo que levantar os parreirais. E agora, ver a uva assim bonita, não tem como não se emocionar”, afirma a viticultora Adriana Tansini.
A previsão é de colher 935 mil toneladas de uva no Rio Grande do Sul. Um aumento de 55% em relação à safra passada.
“Após aquele período forte de chuvas, nós tivemos condições climáticas muito favoráveis para a floração e brotação do vinhedo. Uma matéria-prima de qualidade, a gente vai conseguir fazer um vinho de excelente qualidade”, afirma Daniel Panizzi, presidente da União Brasileira de Vitivinicultura.
85% da colheita vão para a indústria, em uma cadeia produtiva que fabrica 230 milhões de litros de vinhos e espumantes e movimenta R$ 12 bilhões por ano.
“Estamos aí migrando de ponto a ponto no Brasil afora para conquistar mercados europeus, asiáticos, norte-americanos, enfim. Tocar um pouco do Brasil em todas as partes do mundo”, diz o empresário Eduardo Luis Valduga.
Rio Grande do Sul prevê safra de uva 55% maior do que a de 2024
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“A gente mora no Rio de Janeiro e a gente consegue comprar lá, e eu sou apaixonada e indico. Na minha adega sempre tem o vinho da região de Bento Gonçalves”, conta a professora Josilene Balbino.
Cerca de 15 mil famílias produzem uvas no Rio Grande do Sul. É uma herança dos imigrantes italianos mantida pelos descendentes, especialmente na Serra Gaúcha. E a fruta que dá sustento a tanta gente também traz turistas na celebração da colheita.
“Uma sensação diferente. Valeu muito a experiência; é diferente, tem que sentir”, diz a contadora Eliane Laurindo da Silva.
A pisa da uva relembra como o vinho era feito antigamente. Em um hotel, os turistas também podem colher as próprias uvas à noite.
“Rendeu. Foi uma boa colheita. Primeira vez, mas acho que com sucesso”, diz o empresário Bruno Merlin.
A colheita da uva vai até março e, em 2025, comemora os 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul.
“Nós ficamos muito felizes com isso, porque o trabalho árduo do nosso colono, do nosso agricultor, virou um produto que leva o legado para todo o Brasil”, afirma Rodrigo Ferri Parisotto, sócio-proprietário de hotel.
“Muito maravilhoso, diferente. E eu amei tudo que está acontecendo aqui”, comemora a empresária Elisabete Bitencourt Patrício.
A pisa da uva relembra como o vinho era feito antigamente
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