Macron alerta contra ‘uma paz que seja uma capitulação’ para Ucrânia

O presidente da França, Emmanuel Macron, discursa durante a Conferência Internacional sobre a Síria no Centro de Conferências Ministeriais em Paris, em 13 de fevereiro de 2025Ludovic Marin

Ludovic MARIN

O presidente da França, Emmanuel Macron, alertou, em entrevista publicada nesta sexta-feira (14, data local), para o perigo de “uma paz que seja uma capitulação” para a Ucrânia e reivindicou que os europeus têm “um papel a desempenhar” nas discussões sobre segurança regional.

“Uma paz que seja uma capitulação é uma má notícia para todo o mundo”, disse Macron em entrevista ao jornal econômico Financial Times, depois da conversa entre os presidentes de Estados Unidos e Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, para pôr fim ao conflito.

“A única pergunta neste momento é: ‘o presidente Putin está disposto, de forma sincera, duradoura e sustentável, a um cessar-fogo sobre esta base?'”, questionou o dirigente francês.

Macron também ressaltou que “apenas” a Ucrânia pode “negociar com a Rússia” questões referentes à sua soberania e integridade territorial.

Os países europeus reagiram energicamente à aproximação entre Washington e Moscou e às declarações de responsáveis americanos de que a Ucrânia não vai recuperar as fronteiras de 2014, quando a Rússia tomou a península da Crimeia.

Em linha com outros dirigentes da UE, Macron defendeu a necessidade de que os países europeus estejam na mesa de negociação de uma eventual paz entre Ucrânia e Rússia.

“Cabe à comunidade internacional, com um papel específico para os europeus, discutir as garantias de segurança e, a um nível mais amplo, as regras de segurança de toda a região. É aí que dizemos que temos um papel a desempenhar”, afirmou o chefe de Estado francês na entrevista.

Macron foi o primeiro líder a mencionar o possível envio de tropas ao terreno na Ucrânia para garantir sua segurança perante a Rússia em caso de cessar-fogo.

O chefe do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, garantiu que cabe aos europeus encontrar garantias de segurança “robustas” para a manutenção de uma paz “duradoura” e descartou o envio de soldados americanos à Ucrânia.

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