Empresário é absolvido da morte de funcionária de supermercado após briga por causa de máscara no Paraná


Durante pandemia da Covid-19, Danir Garbosa se recusou a usar máscara para entrar no estabelecimento em que vítima trabalhava, o que gerou uma confusão que resultou em disparo que matou funcionária. Empresário é absolvida da acusação da morte de funcionária de mercado, em Araucária
A Justiça absolveu o empresário Danir Garbosa, acusado de matar Sandra Ribeiro, funcionária de um supermercado em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. A funcionária, de 45 anos, foi baleada após uma confusão motivada por uso de máscara.
O caso aconteceu em 2020, durante a pandemia de Covid-19, quando o uso de máscaras era obrigatório por decreto estadual. Na ocasião, Garbossa se recusou a usar a máscara e discutiu com o segurança do estabelecimento. Para conter o empresário, o segurança disparou duas vezes. O empresário foi atingido de raspão e Sandra morreu na hora.
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A juíza Priscila Crocetti entendeu que o empresário, na época, não tinha a capacidade de compreender a natureza criminosa de suas ações, devido à doença mental que possui.
“Desse modo, havendo prova de que o réu não tinha a capacidade de compreender a natureza criminosa de suas ações, devido à doença mental ostentada, deve ser absolvido impropriamente e encaminhado para tratamento psiquiátrico. Esta é a melhor abordagem para lidar com indivíduos que não estão em controle de suas ações devido a doença mental”, aponta a decisão.
Segundo um laudo médico apresentado no processo, o homem tem problemas psiquiátricos e neurológicos, e é portador da doença de Huntington. Entre os sintomas da doença, estão alterações de humor e mudanças de comportamento.
‘Se ele tivesse colocado a máscara, tudo estaria bem’, disse mãe da vítima
Ao absolver o empresário, a juíza responsável pelo caso determinou o cumprimento de medidas cautelares, entre elas manter o tratamento psiquiátrico por pelo menos três anos e apresentar laudo médico a cada dois meses.
Crocetti destacou também o laudo que recomenda que Garbossa tenha acompanhamento de familiares ou cuidadores por tempo integral, para previnir possíveis ilicitudes.
Ygor Nasser Salmen, advogado de Danir Garbossa, afirmou que a absolvição comprovou que o empresário não teve participação na morte da funcionária.
“Nós sempre deixamos claro que ele não puxou o gatinho, não foi ele o autor do disparo. Ao contrário, que ele também foi uma vítima dessa fatalidade, porque na época dos fatos estava acometido de uma doença neurológica, altamente degenerativa, e que ele não tinha controle dos seus impulsos naquele momento”, afirma.
O advogado que representa a família da vítima, Igor José Ogar, discorda da decisão.
“A decisão da absolvição imprópria, elas determinam que essa pessoa, em razão do próprio risco que ela oferece para a sociedade, que seja cumprida em um manicomio judicial. Porque se é uma pessoa que tem problemas mentais ou algo dessa natureza, e que coloca a vida de outras pessoas em risco, então ela deve ser segregada da sociedade e inserida em algum lugar seguro para a própria pessoa e para a sociedade”, defende.
O Ministério Público disse que irá analisar a possibilidade de recurso.
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Empresário chegou a ser preso
Imagens de câmeras de segurança mostram a confusão entre segurança e cliente que se recusou a usar máscara, em Araucária
Reprodução/RPC
Em 2020, o Ministério Público do Parnaá (MP-PR) entendeu que o segurança agiu em legítima defesa e acusou o empresário por homicídio.
Ele ficou preso por seis meses em regime fechado e outros quatro anos em prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.
O MP também entendeu que o segurança envolvido na situação atirou para se defender das agressões de Garbossa.
Vítima deixou dois filhos
Sandra Ribeiro morreu atingida por um tiro, em Araucária, após uma confusão em um supermercado.
Reprodução/RPC
Quando morreu, Sandra tinha 45 anos. Ela deixou dois filhos adolescentes e a mãe.
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