Cresce no mercado expectativa por corte de 0,75 p.p. nas próximas decisões do Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu ao reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.) para 13,25%, aumentando as expectativas de quedas de juros ainda mais intensas. Agora, um corte de 0,75 p.p., que antes era considerado improvável, entrou de vez nos cenários traçados por economistas, embora com menor probabilidade.

Essa decisão, ocorrida na noite de quarta-feira, 2, marcou o início do ciclo de corte de juros no Brasil. Antes disso, o mercado estava dividido entre um corte de 0,25 p.p. e um de 0,50 p.p., sendo este último considerado menos provável. A reunião do Copom também foi dividida, com 4 dos 9 membros votantes apoiando um corte mais brando e os outros 5 sustentando um ajuste mais agressivo. O corte de 0,5 p.p. contou com o apoio de Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino, indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O Banco Central comunicou que a magnitude do corte deverá ser repetida nas próximas reuniões, levando a taxa Selic para 11,75% no fim do ano, abaixo da projeção de consenso do Focus, que era de 12% para o fim de 2023. Há grande expectativa de que o consenso do Focus seja revisado para 11,75% já na próxima divulgação, incorporando o corte acima do esperado desta semana.

No entanto, a possibilidade de cortes ainda mais intensos até o fim do ano está ganhando força. Embora haja rumores sobre a influência política do governo na decisão por um corte mais agressivo, muitos economistas, como Vitor Martello, da gestora Parcitas, consideram que a decisão foi puramente técnica. A discussão girou em torno do nível de atividade econômica e da inflação corrente, e alguns acreditam que ainda há espaço para cortes de 0,75 ponto percentual. Ainda que seja mais prudente manter o ritmo de 0,50 p.p. por reunião, o mercado poderá pressionar o Banco Central a implementar cortes de 0,75 p.p.

O comunicado do Copom indicou unanimidade entre os membros em manter o ritmo de corte de 0,5 p.p. nas próximas reuniões, pois consideram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo de desinflação. Contudo, alguns economistas acreditam que essa medida é uma tentativa de conter o ímpeto do mercado por cortes mais agressivos.

Analistas como João Savignon, da Kínitro, também veem como mais provável que o Banco Central mantenha o ritmo de corte de 0,50 ponto percentual, mas não descartam a possibilidade de uma intensificação no ciclo de redução de juros.

Em resumo, o Copom poderia acelerar o ritmo de cortes caso o ambiente econômico se mostre propício, com menor risco doméstico, avanço das pautas econômicas no Congresso, melhoria do rating soberano, apreciação do câmbio e redução das expectativas de inflação e das medidas inflacionárias sensíveis ao ciclo econômico.

Fonte: Exame

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