Exposição em São Paulo mostra como os primeiros livros impressos mudaram o jeito da humanidade compreender o mundo

É graças a paixão pelos livros da empresária e incentivadora das artes Ema Klabin que o público pode ver de perto preciosidades guardadas na casa dela, que virou museu. Os 20 exemplares expostos pela primeira vez são raros. Uma exposição em São Paulo mostra como os primeiros livros impressos mudaram a nossa forma de compreender o mundo.
Escrito à mão em 1490 e lindamente ilustrado, esse é um autêntico exemplar dos chamados “livros das horas” – eles continham orações e salmos e se tornaram populares com o aumento da alfabetização na virada da Idade Média para o Renascimento.
É verdade que as letras góticas e o latim dos primeiros livros impressos não facilitavam muito a leitura, mas as ilustrações ajudavam. Aos poucos, o formato das letras foi ficando mais limpo, o grego e o latim deram lugar a língua de cada autor e a literatura floresceu com obras primas. Como um exemplar da “Divina comédia”, no italiano de Dante Alighieri, publicado em 1502, e um de “Os Lusíadas”, no português de Camões, impresso em 1609.
Exposição em São Paulo sobre livros
Jornal Nacional/reprodução
“É uma das primeiras edições. Da navegação dos portugueses para índia, e tem aquelas frases que acabam ficando na memória de todo mundo, que ele começa falando: ‘Por mares nunca dantes navegados’”, diz o curador da exposição Paulo de Freitas Costa.
É graças a paixão pelos livros da empresária e incentivadora das artes Ema Klabin que o público pode ver de perto preciosidades guardadas na casa dela, que virou museu em São Paulo.
“Eu fiquei impressionado com a exposição com os materiais que tem aqui e sua história” , diz o engenheiro José Juarez Guerra. Pelo cuidado que conseguiram atravessar por tanto tempo esses livros. Tem uns com mais de 500 anos. Fiz as contas 525 anos alguns deles”, diz o engenheiro José Eduardo Sanches .
A coleção começou a ser reunida na década de 1940 e chegou a mais de 3,5 mil volumes. Os 20 exemplares expostos pela primeira vez contam a história dos primeiros livros impressos, esse objeto fantástico que mudou o jeito da humanidade de pensar, guardar e divulgar o conhecimento.
As obras completas do filósofo grego Platão, publicadas em 1513, dividem espaço com as cartas trocadas entre Martinho Lutero, figura central da reforma protestante, e o seu sucessor.
Em outra sala, um outro mundo. São atlas que revelam mapas de uma Terra em fase de encontros e descobrimentos. Um deles é referência até para quem estuda moda, já que traz detalhes das roupas de vários povos.
Seja para os curiosos ou os já apaixonados, a exposição é um deleite e não deixa de ser uma homenagem a todos aqueles que escreveram, ilustraram e guardaram essa grande invenção que é o livro.
“O livro foi o primeiro momento, o primeiro instrumento de comunicação de massa. Ele inaugurou essa era da comunicação de massa, de uma informação acessível a maior parte da população. Ele incentivou a alfabetização, ele tornou a alfabetização um elemento fundamental para a cidadania plena, e permitiu que todo o conhecimento guardado pela humanidade fosse difundido cada vez mais. Não seriamos o que somos, se não houvesse os livros”, afirma Paulo de Freitas Costa, curador da exposição.
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