Lula cobra países ricos e defende unidade das nações amazônicas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 2ª feira (7.ago.2023) que as nações que têm parte da floresta amazônica em seus territórios precisam chegar a uma posição unificada durante a Cúpula da Amazônia para levar aos demais países, especialmente os mais ricos.

“Temos que preparar uma proposta. O que a gente quer e como a gente quer que o mundo olhe a Amazônia. A gente quer dizer para eles que a gente quer cuidar da nossa fauna, da nossa floresta, da nossa água. Mas, sobretudo, a gente tem que cuidar de uma coisa que eles acham insignificante chamada povo, seres humanos, que moram embaixo dessas copas e nesses rios, que muitas vezes não são olhados. Mas nós vamos olhar”, disse.

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Lula participou pela manhã da inauguração da Infovia 01, rede de fibra óptica de 1.100 km de extensão instalada no leito do Rio Amazonas, em evento em Santarém (PA). O trecho conectará o município a Manaus (AM) e levará internet banda larga a 3 milhões de pessoas em 11 municípios do Pará e do Amazonas. É a 1ª das 8 linhas do programa Norte Conectado, que pretende ampliar o acesso à internet nos Estados da região.

Assista (24min21s):

Durante seu discurso, Lula cobrou a promessa feita por países ricos de que doariam cerca de US$ 100 bilhões às nações em desenvolvimento para projetos climáticos e de conservação.

“Foi a grande promessa dos países ricos. Até hoje estamos aguardando esse dinheiro. Veio um pouco para o Fundo Amazônia, dado pela Noruega e pela Alemanha, mas está longe. Queremos desenvolver, dar condições de vocês terem trabalho digno”, disse à plateia presente.

Lula chega a Belém (PA) nesta 2ª feira para liderar a Cúpula da Amazônia. O evento reunirá 8 presidentes e representantes dos países que têm parte da floresta em seus territórios e outros representantes de convidados, como Indonésia, França, Noruega e Alemanha. O petista aposta no encontro como um marco para o seu 3º governo. Quer ser alavancado ao patamar de principal autoridade internacional no debate climático.

O chefe do Executivo almeja uma convergência entre os países da região que possa ser levada à COP28, que será realizada nos Emirados Árabes Unidos, em dezembro. Para o presidente, essa será uma forma de firmar uma posição perante as economias desenvolvidas de modo a atrair investimentos que ajudem na preservação do meio ambiente e financiar melhorias para a população da região.

Durante o evento, Lula ressaltou o protagonismo que Belém terá nos próximos anos. A cidade será a sede da COP30, a ser realizada em 2025. De acordo com o presidente, parte do encontro será financiado pela ONU (Organização das Nações Unidas), mas caberá aos governos federal, estadual e municipal fazer os principais investimentos para que a cidade possa comportar um evento internacional.

“Conquistamos o direito de fazer o Encontro do Clima em Belém em 2025. […] Eu dizia que era preciso fazer na Amazônia para eles [chefes de Estado] verem que a Amazônia não é só copa das árvores, rios. Moram milhões de amazônidas que querem viver bem, trabalhar, comer, ter o que produz, além de querer preservar a floresta”, disse.

Para Lula, tal preservação precisa levar em consideração o potencial científico e produtivo da região. “Queremos preservar não como santuário, mas como fonte de aprendizado da ciência do mundo inteiro, dando um jeito de preservar e ganhar dinheiro para o povo que aqui mora”, disse.

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