Adolescente indígena foi morta a facadas por idoso no Paraná por não querer se relacionar com ele, diz CIMI


Jessicléia Martins tinha 17 anos e foi morta dentro de casa na Terra Indígena Tekoha Guasu Guavirá. Idoso suspeito pelo crime foi preso em flagrante por feminicídio. Indigena Jossicléia Martins tinha 17 anos e foi morta a facadas por idoso por não querer se relacionar como ele, diz CIMI
Conselho Missionário Indigenista
A indígena Jessicléia Martins, de 17 anos, foi brutalmente assassinada na noite de quinta-feira (20) pelo suspeito, um idoso de 67 anos, por não querer se relacionar com ele, de acordo com nota emitida pelo Conselho Missionário Indigenista (CIMI) nesta sexta-feira (21) referente ao caso.
O crime foi registrado em uma área indígena, localizada perto do Bairro da Eletrosul, em Guaíra, no oeste do Paraná, região que enfrenta constantes ataques devido a falta de demarcação, porém a polícia descartou que o crime tenha relação com conflito fundiário na região.
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Após receber denúncia do crime, a PF afirma que juntamente com a Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Estado do Paraná e Guarda Municipal de Guaíra realizaram um cerco no local e o suspeito foi preso em flagrante pelo crime de feminicídio.
Para a Polícia Federal (PF), o suspeito disse que mantinha um relacionamento com a vítima, versão que é contestada por testemunhas, segundo o CIMI, que afirmaram que a menor era assediada há meses pelo idoso, que se dizia “amigo da família”.
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Testemunhas afirmaram ao CIMI que por se negar a manter qualquer tipo de relacionamento com o homem, a menor foi assassinada. “Ela não teve chance de chegar no hospital. Ela só teve a chance de dar dois gritos de socorro, um pedido para ele parar de esfaqueá-la”, relatou testemunha à CIMI.
“O racismo, associado à misoginia e ao machismo, compõem o cotidiano dessas comunidades onde a lógica é eliminar o outro através do abuso, do assédio, da exploração sexual e da morte mais cruel”, afirmaram o missionários do da Regional Sul do CIMI que acompanham os conflitos na região.
Para o conselho, a situação de conflitos na região é gerada pela falta de providências dos órgãos públicos no processo de demarcação do território que “tem exposto a comunidade indígena às mais diversas formas de violência”.
Em nota a Polícia Civil informou que quando foi acionada, que a PF já estava no local do crime e havia realizado perícia, bem como ouvido testemunhas e prendido o suspeito, “para terem certeza de que não seria um caso envolvendo conflitos fundiários”, disse a polícia em nota.
“Então, nesse caso, o Inquérito foi instaurado pela PF e posteriormente deve ser encaminhado para a Justiça Estadual, visto que se tratava de crime comum, feminicídio”, finalizou a Polícia Civil.
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