Polícia mata suspeito e sobe para 19 o número de mortes em operação no litoral de SP

Caso aconteceu em Guarujá (SP), na sexta-feira (18). Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de SP (SSP-SP), o suspeito atirou na direção dos policiais, foi baleado e morreu no local. Testemunhas relatam que baleado era um trabalhador, que não atirou contra ninguém. Homem, de 37 anos, foi morto pela PM durante a Operação Escudo no Perequê (à direita), em Guarujá, SP
Carlos Abelha/TV Tribuna e Reprodução
Um suspeito, de 37 anos, morreu durante confronto com agentes do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) em Guarujá, no litoral de São Paulo. Conforme apurado pelo g1, neste sábado (19), o suspeito estava em um ‘ponto’ de tráfico de drogas do município. Moradores do bairro Perequê, onde o caso aconteceu, negam que o homem tenha atirado contra a PM.
A Operação Escudo foi deflagrada no dia 28 de julho após o assassinato do PM da Rota Patrick Bastos Reis, de 30 anos, que estava em patrulhamento pela Vila Julia, comunidade no município. Ele levou um tiro a uma distância superior a 50 metros. Até o momento 19 pessoas foram mortas na ação, que teve a prisão de mais 470 pessoas e a apreensão 869 quilos de drogas. (leia mais ao final)
O g1 apurou junto à Polícia Civil que policiais do Baep patrulhavam o bairro do Perequê, na tarde de sexta-feira (18), quando viram o suspeito, que teria mirado e atirado contra os agentes. Segundo apurado pela reportagem, uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou a morte no local. Com ele foram
O suspeito estava em uma área conhecida como ponto de tráfico de drogas, onde foram apreendidas porções de maconha, crack e cocaína, além de um rádio comunicador e anotações do tráfico. — a quantidade não foi informada.
Moradores da região estão revoltados com a situação e disseram que o morto era não era suspeito de nada. Uma mulher, que não será identificada afirmou: “mataram um trabalhador”.
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), que confirmou a morte do homem de 37 anos que atirou contra policiais militares na tarde de sexta-feira (18), no bairro Perequê. Ainda segundo a pasta, PMs realizavam diligências na região, quando o homem fugiu ao perceber a aproximação da equipe.
O suspeito atirou na direção dos policiais, foi baleado e morreu no local. A arma foi apreendida e a perícia acionada. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia do Guarujá.
Operação Escudo
Policiamento em Guarujá (SP) foi reforçado durante ‘Operação Escudo’
Reprodução
O soldado Patrick Bastos Reis foi baleado enquanto fazia um patrulhamento na comunidade da Vila Julia, em Guarujá, em 27 de julho. A morte dele foi confirmada no mesmo dia. Além dele, um outro policial foi baleado na mão esquerda, encaminhado para o Hospital Santo Amaro e liberado.
Após o caso, a Polícia Militar iniciou a Operação Escudo, com o objetivo de capturar os criminosos responsáveis pela ação contra os agentes.
Erickson, também conhecido como ‘Deivinho’, foi capturado na Zona Sul de São Paulo, durante a noite de 30 de julho. Segundo informações da polícia, Erickson tem 28 anos, é solteiro e teria atirado em direção ao soldado da Rota de uma distância de mais de 50 metros.
O irmão de Erickson David da Silva, Kauã, também é suspeito de atirar e matar um PM das Rondas Ostensivas Tobias Aquiar (Rota). Ele foi preso por envolvimento no crime em Guarujá, no mesmo dia em que completou 20 anos. O g1 apurou, que Kauã usava as redes sociais para mostrar a ‘rotina’ no tráfico, com armas apontadas para viaturas e funk ‘proibidão’.
As informações foram divulgadas pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite. Segundo ele, Kauã tinha a ‘função’ de ficar posicionado na comunidade Vila Júlia, armado e com um comunicador, pronto para avisar os comparsas sobre a chegada de viaturas policiais ao local.
Mortes
Suspeito de matar policial do ROTA pede para Tarcísio ‘parar de matar inocentes’
Em vídeo gravado antes de ser preso, o suspeito afirma, em relato direcionado ao governador de SP e ao secretário de Segurança Pública, que estão “matando uma ‘pá’ de gente inocente”. Ele diz não ter nada a ver com o caso, mas que vai se entregar. Erickson diz ainda que estão “querendo pegar” sua família (veja o vídeo acima).
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou em 31 de julho que o vídeo gravado pelo suspeito foi “uma estratégia do crime organizado”.
“A verdade é que esse vídeo que ele fez, orientado pelos seus defensores, inclusive tem áudio do advogado o orientando a fazer esse vídeo, se os senhores ainda não possuem, ao longo das investigações vão tomar conhecimento disso, é uma estratégia do crime organizado, inclusive de cooptar moradores, de cooptar pessoas das comunidades que também são vítimas do tráfico organizado apresentando versões”, afirmou.
A Ouvidoria das Polícias informou investigar denúncias de tortura e ameaças de morte relatadas por moradores durante a Operação Escudo.
Reforço
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o secretário de segurança do estado, Guilherme Derrite, anunciaram aumento do efetivo policial e uma nova unidade em Guarujá, no litoral de São Paulo, após a morte do PM da Rota Patrick Bastos Reis. Segundo o governador, as ações se fazem necessárias pois “o tráfico ocupou a Baixada Santista”.
De acordo com Tarcísio, a Operação Escudo vai continuar na Baixada Santista por pelo menos 30 dias — até o final deste mês. Além disso, o governador ainda prometeu novas ações na região.
“Nós vamos levar para a Baixada Santista o aumento de efetivo, unidade da Polícia Militar. Nós devemos ter mais uma unidade da Polícia na Baixada para aumentar o efetivo e responder o anseio da Baixada”, disse Tarcísio.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
Adicionar aos favoritos o Link permanente.