Motociclista que teve perna amputada em acidente sai da UTI após 18 dias: ‘boto na cabeça que estou vivo’

Renan Felipe Bezerra da Silva foi transferido para enfermaria do PS nessa sexta-feira (18). Ele deve passar por novas cirurgias no braço esquerdo e não tem previsão de alta. Motorista envolvido na batida deve prestar depoimento à polícia na terça (22). Motociclista que teve perna amputada em acidente sai da UTI após 19 dias: ‘boto na cabeça que estou vivo’
Arquivo pessoal
Após 18 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto-Socorro de Rio Branco, o motociclista Renan Felipe Bezerra da Silva foi transferido para enfermaria nessa sexta-feira (18) para continuar se recuperando das lesões. Durante colisão com um carro no final de julho, o rapaz teve a perna esquerda arrancada, sofreu uma laceração no braço e ficou com diversas lesões.
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Ele levava um passageiro quando foi atingido pelo carro do empresário Caio Henrique de Oliveira Poersch, que invadiu a contramão, acertou a moto de Renan e outro carro na Rua Rio de Janeiro, em frente ao Cemitério São João Batista, em Rio Branco.
As investigações do acidente são feitas pela Delegacia Regional do Tucumã. O delegado responsável pelo inquérito, Marcus Cabral, confirmou que o empresário Caio Henrique deve ser ouvido na próxima terça-feira (22) sobre o acidente.
Com o impacto, o passageiro da moto foi jogado em cima de um canteiro de obras próximo e Renan na calçada com várias fraturas. A perna dele foi arrancada na hora da batida.
Na enfermaria, o motociclista conversou com o g1 neste sábado (19) sobre o acidente, disse que lembra de todos os momentos de antes e depois do ocorrido e que agora está focado na recuperação para sair do hospital.
“Meu braço ainda está grave, se não tivesse já iria pegar alta. Não estou pensando ainda como será a vida daqui pra frente. A única coisa que eu boto na cabeça é que estou vivo, quero só sair daqui e ir para minha casa. O resto a gente vai adaptando devagarinho. Não tive contato com ninguém da família do motorista, só minha família”, destacou.
Passageiro errado
No dia do acidente, Renan da Silva foi chamado para buscar um passageiro em frente à Praça da Revolução. Ao chegar no local da solicitação, um rapaz subiu e eles seguiram em direção ao bairro João Eduardo.
Durante a corrida, o passageiro percebeu tinha subido na moto errada, que o motociclista solicitado era outro, e Renan também recebeu uma ligação do passageiro dele. Porém, como a viagem tinha iniciado, Renan cancelou a outra corrida e seguiu com o passageiro que tinha pegado.
“O cara que estava me esperando me ligou, perguntei para ele [passageiro na moto] se era o fulano de tal, falou que não. Cancelei a corrida e fiz por fora. O rapaz muito gente boa, ia conversando comigo que estava aqui só para resolver algumas coisas da cirurgia do pai dele. A gente ia devagar, conversando. Eu não corro, lembro na hora do acidente que estava a 57 km, tentei desviar, mas não deu tempo”, relembrou.
O motociclista destacou a batida foi muito rápida e não teve tempo para desviar. Ele disse que não desmaiou e percebeu ainda no chão que tinha perdido a perna.
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“Ele virou de uma vez, foi tão rápida que só vi quando estava no chão agoniado. Tirei o capacete na cabeça e a única coisa que pedi é que tenho uma filha para criar. Estou vivo por causa dela. Lembro do pessoal do Samu comigo, desde lá [o local do acidente] até a UTI, me trataram muito bem, foram nota dez. Dentro do Samu já estava apagando, a vista ficou escura e uma enfermaria falou no meu ouvido: ‘Renan, tu prometeu que ia ficar acordado pela tua filha’. Parece, naquele momento, que aplicaram uma adrenalina em mim e acordei de uma vez”, recordou.
Rena da Silva sofreu uma fratura grave no braço esquerdo durante o acidente. Ele afirma que não sente nada no membro, que deve passar ainda por, pelo menos, outras duas cirurgias no braço.
O motociclista acrescentou que não pretende ter contato com o empresário Caio Henrique Poersch, mas espera que a justiça seja feita.
“Não sinto meu braço, nada nele. O médico falou que rompeu alguma ligação, não lembro bem. Vou em busca de justiça, perdi a perna e Deus ajude que recupere meu braço, mas, pelos médicos, ficou feio. Não sinto meu braço, se bater não sinto”, concluiu.
Caio Poersch estava dirigindo o carro que bateu em Renan. Motociclista teve a perna arrancada
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