Com temores após assassinato, candidatos à presidência do Equador votam em segurança

Os candidatos à presidência do Equador foram às urnas neste domingo (20) em segurança. As eleições do país foram cercadas de temores após o assassinado de  Fernando Villavicencio, um dos candidatos, a menos de um mês do pleito.

Vídeos capturados pela Reuters mostra os candidatos realizando suas respectivas votações — incluindo Luisa González, Christian Zurita (que substituiu Villavicencio) e  Yaku Pérez, candidatos que aparecem à frente em intenções de votos.

Para garantir a segurança do pleito, o governo planejou um esquema de segurança com mais de 100 mil agentes, incluindo as Forças Armadas e a Polícia Nacional.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) detalha que o horário disponível para votar é das 7h às 17h, no horário local. Já para votação no exterior, o horário será das 9h até às 19h (hora local do país em que o eleitor está).

Os candidatos

Oito chapas foram inscritas para a disputa para presidente e vice-presidente. Saiba quem são eles nesta matéria e na galeria acima.

A candidata de esquerda Luisa González lidera as intenções de voto com 26,6%, segundo a pesquisa da Cedatos, empresa de pesquisa aprovada pelo CNE.

Ela é apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, que agora vive exilado em Bruxelas, depois de ter sido condenado por corrupção.

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González é uma ex-deputada até então pouco conhecida, considerada uma conservadora de esquerda. É contra o aborto, inclusive em casos de estupro.

A mesma pesquisa mostrava Fernando Villavicencio em segundo lugar, com 13,2% das intenções de voto.  Ele foi substituído pelo jornalista Christian Zurita.

A disputa para presidente ainda tem o líder indígena Yaku Pérez, com 12,5% dos votos. O advogado é um defensor do meio ambiente, filho de trabalhadores rurais e promete transformador o Equador em um exemplo contra o aquecimento global e de combate ao crime.

A pauta da segurança é considerada uma das mais importantes para os eleitores. O país de 18 milhões de habitantes tem visto uma grande onda crescente de violência nos últimos anos, incluindo o aumento no número de assassinatos.

Assassinato de Villavicencio

Villavicencio, ex-parlamentar e jornalista investigativo com histórico de denunciar corrupção, foi morto a tiros ao deixar um comício no Anderson College, em Quito, capital do Equador, no dia 9 de agosto. Ele foi baleado várias vezes na cabeça após entrar no carro no qual sairia do local.

Seis colombianos foram acusados pelo assassinato e permanecem sob custódia. A polícia os acusa de ligações com grupos criminosos. Outro suspeito foi morto horas depois do crime.

Embora as cédulas para a eleição convocada pelo presidente cessante Guillermo Lasso já tivessem sido impressas antes do assassinato de Villavicencio, os votos para ele serão automaticamente transferidos para o substituto do partido.

Publicado por Danilo Moliterno, com informações da Reuters.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Com temores após assassinato, candidatos à presidência do Equador votam em segurança no site CNN Brasil.

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