Sem acordo, CPMI atrasa início de reunião deliberativa

Com dificuldades para fechar acordo sobre os requerimentos a serem votados na reunião desta terça-feira (22), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro teve que atrasar por três horas o início da sessão deliberativa.

O principal impasse entre governistas e oposição está na aprovação dos requerimentos que determinam a convocação e a quebra dos sigilos telefônicos e telemáticos do presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o pedido de apreensão dos passaportes de Jair Bolsonaro (PL) e Michelle Bolsonaro (PL)

Um consenso, até o momento, está na data do depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias, que deve ficar para o dia 31 de agosto, quinta-feira da semana que vem.

A primeira reunião para debater os itens a serem votados na CPMI hoje começou por volta das 10h da manhã no gabinete da relatora Eliziane Gama (PSD-MA). Depois de quase duas horas de discussão, nenhum acordo foi finalizado.

Neste momento, os membros se reúnem na liderança do PDT no Senado e a sessão deliberativa da CPMI está marcada para as 14h. Inicialmente, a reunião estava marcada para as 11h

Depois das operações da Polícia Federal, a CPMI inclui no radar autoridades que ainda não estavam no centro das atenções. A proposta é esclarecer afirmações do hacker Walter Delgatti. Ele disse à comissão que teria sido convidado a participar de uma apresentação no 7 de setembro para uma propaganda com uma urna eletrônica falsamente adulterada. O foco seria alimentar a desconfiança com o processo eleitoral.

O depoimento de Delgatti também trouxe para o radar o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa. Já há oito requerimentos pedindo sua convocação e um pedido de quebra dos sigilos telemático e telefônico. O senador Rogério Carvalho quer a acareação entre o general e o hacker.

Delgatti declarou no depoimento que teria participado de reuniões com militares no Ministério da Defesa por determinação de Jair Bolsonaro. O hacker diz ter ido cinco vezes ao ministério e fornecido informações que subsidiaram a produção do relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas.

A relatora pede também a quebra de sigilos e os relatórios de inteligência financeira do deputado estadual Bruno Zambelli (PL-SP), irmão de Carla Zambelli, e de Antônio Aguinaldo Oliveira, marido da deputada. A proposta é esclarecer pagamentos que teriam suco feitos ao hacker para cometer atos ilícitos contra a lisura do processo eleitoral. Um servidor do gabinete de Bruno Zambelli teria pago R$10 mil via transferências Pix ao hacker.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Sem acordo, CPMI atrasa início de reunião deliberativa no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.