Araraquara 206 anos: prédios históricos preservam a trajetória do município; conheça 3 locais

Município se desenvolveu a partir de edificações importantes, como o Museu Voluntários da Pátria e a Faculdade de Ciências Farmacêutica da Unesp. Conheça alguns prédios antigos que preservam a história de Araraquara
Os prédios históricos marcam a trajetória de uma cidade. Araraquara (SP), que completa 206 anos nesta terça (22), reúne edificações que contam a história da “Morada do Sol” em suas construções.
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A EPTV, afiliada da TV Globo, foi até três deles em uma reportagem especial. (Confira abaixo ou reveja no vídeo acima).
Estação Ferroviária
Estação se transformou em um museu
Nilson Porcel/EPTV
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Houve um tempo em que a ferrovia não fazia parte da cidade. Entretanto, como a região era um grande polo produtor de frutas, cana-de-açúcar e café, ficou complicado escoar os produtos.
“A produção ia daqui de carroça até Piracicaba para vender nas grandes feiras por lá”, destaca o jornalista Hamilton Mendes à EPTV, afiliada da TV Globo.
Os trilhos chegaram à Araraquara em 1885, mas apenas 10 anos depois o antigo prédio da estação ferroviária foi construído. E as mudanças ocorreram de forma muito rápida.
Em 1896, foi fundada a Estrada de Ferro Araraquara, a EFA. Quase 12 anos depois, em 1908, surgiu o prédio da estação com a estrutura como conhecemos hoje. Em 1920, a EFA já contava com mais de 430 quilômetros, o que ajudou a alavancar a exportação para os Estados Unidos e Europa. O fato também ajudou no desenvolvimento da cidade.
Atualmente, o prédio abriga o Museu Ferroviário com um acervo que resgata os uniformes dos funcionários, os equipamentos usados nos primórdios da ferrovia na cidade, além de fotos de quem trabalhou e fez a vida na ferrovia.
Museu Voluntários da Pátria
Museu apresenta obras, objetos e móveis que contam a história da cidade
Nilson Porcel/EPTV
O Museu Voluntários da Pátria é outra peça importante que ajuda a contar a história de Araraquara e está localizado na Praça Pedro de Toledo, no Centro.
Dentro, é possível encontrar arte e cultura, a partir de uma sala com os trabalhos de um dos mais brilhantes artistas araraquarenses, Mestre Jorge. Suas esculturas em madeira que sempre retrataram a simplicidade e a alegria do povo estão expostas no local.
Nos quase 500 m², em outro espaço, o passado é descoberto com uma sala de antigas tecnologias, como telefones antigos. Há também salas que trazem móveis antigos, artes sacras, a natureza e a arte dos povos originários.
As paredes tão largas e as grades enormes nas janelas são características deste prédio devido ao fato que, originalmente, ali era uma cadeia.
Museu Voluntários da Pátria era uma cadeia em Araraquara
Reprodução/EPTV
“Ela foi construída justamente por conta deste fato, o famoso linchamento dos Britos”, lembra Virginia Gobbi, responsável pelo museu.
Ela ressalta que o linchamento não ocorreu naquela cadeia como algumas pessoas pensam, mas na onde hoje é a igreja da Matriz de São Bento. O linchamento ganhou uma grande repercursão, inclusive nacional, sendo que a cidade ficou conhecida como “linchaquara”.
“Então, para tirar esse estigma do lugar do linchamento, precisarm construir a toque de caixa uma outra cadeia”, explica Viriginia.
As faculdades e o desenvolvimento da cidade
Faculdade de Ciências Farmacêutica da Unesp é referência na cidade
Nilson Porcel/EPTV
Araraquara não precisava apenas de uma cadeia nova, mas de um novo rumo, novos prédios, de um planejamento urbano que projetasse a prosperidade.
“Teve as condições da febre amarela, que foi uma coisa terrível, então a cidade necessitava de condições de saneamento e higiene. Então, todo esse contexto e os empreendedores, o político que também era empreendedor, como o Bento de Abreu Sampaio Vidal, resolveram criar uma cidade-modelo”, conta Francisco José Santoro, arquiteto e urbanista.
Em 1923, um grupo de idealistas formado por empresários, políticos e sociedade civil tiveram a iniciativa de criar a escola de farmácia e odontologia em Araraquara. Na década de 1970, se separaram e se transformaram em duas instituições independentes da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Agora, a faculdade de ciências farmacêuticas tem cerca de 50 professores e são mais de 800 estudantes só na graduação. Quase 4 mil farmacêuticos-bioquímicos e mais de 700 farmacêuticos foram formados na instituição, além de 130 engenheiros de bioprocessos e biotecnologia.
Grupo de idealistas formado por empresários, políticos e sociedade civil criaram a escola de farmácia e odontologia em Araraquara
Reprodução/EPTV
O prédio centenário da Rua Expedicionários do Brasil abriga projetos de extensão em prestação de serviços. Com as parcerias dos governos federal e estadual, os exames são analisados gratuitamente para os moradores de 25 cidades.
O Hemonúcleo Regional de Araraquara “Dra. Clara Pechmann Mendonça” também pertence à faculdade. Em 2023, o local completou 30 anos, atendendo 10 cidades e 13 hospitais.
“Aqui é feito todos os testes de tipagem, controle de qualidade e distribuição de hemocomponentes como plasma, sangue total, plaquetas, concentrado de hemácias e crioprecipitados”, lembra a supervisora do Núcleo de Atendimento à Comunidade, Ana Marisa Fusco, ressaltando como a instituição ajuda a salvar vidas.
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