‘London Eye’, a roda-gigante símbolo de Londres, completa 25 anos

London Eye em 25 de fevereiro de 2025HENRY NICHOLLS

HENRY NICHOLLS

A “London Eye”, a grande roda-gigante de 135 metros de altura instalada desde o ano 2000 às margens do rio Tâmisa, no sul de Londres, celebra seu 25º aniversário neste domingo, para surpresa da arquiteta que a projetou.

“Nunca imaginei que ainda estaria aqui 25 anos depois”, afirma à AFP a arquiteta britânica Julia Barfield, que, junto com seu marido e sócio David Marks, já falecido, impulsionou a criação da “London Eye”.

De uma das cabines de vidro da roda, com o Parlamento britânico ao fundo, Barfield explica que o objetivo inicial era encontrar uma maneira impressionante de ver a cidade.

Mas a arquiteta expressa sua surpresa ao comprovar que as pessoas seguem subindo para aproveitar a vista, “o que era fundamentalmente o objetivo do projeto”.

Com um preço de 42 libras (306 reais), a London Eye segue sendo uma das atrações pagas mais visitadas do país.

Todo ano, cerca de 3,5 milhões de turistas pagam entrada para um passeio de meia hora com vistas panorâmicas.

“Foi impressionante”, afirma Leonardo Manuel, um turista peruano de 13 anos que viaja com sua família pela primeira vez à Europa.

“Vir a Londres era um dos meus sonhos. Podemos ver toda a cidade, devagar, tendo tempo para admirá-la”, acrescenta.

– Idealizada como algo temporário –

Do alto de sua criação mais famosa, Julia Barfield nunca imaginou que a “London Eye” se tornaria um ícone da arquitetura.

A roda foi idealizada originalmente como uma construção temporária de cinco anos para comemorar a chegada do novo milênio.

Hoje sua silhueta está estampada em souvenirs de Londres, desenhada por artistas de rua e fotografada por toda parte em selfies. Mas seu futuro nem sempre esteve assegurado.

Tendo sua ideia rejeitada durante uma convocação de projetos de um novo monumento na cidade para celebrar o início dos anos 2000, Barfield e David Marks não se deram por vencidos e trabalharam duro durante anos para conseguir financiamento para essa ideia ambiciosa, explica a arquiteta.

Os criadores queriam dar uma sensação de emoção aos visitantes ao se depararem com a estrutura “e que se perguntassem como a havíamos projetado”, explica a idealizadora.

Com 135 metros de altura, 120 de largura e 32 cabines, cada uma das quais representa um dos distritos da cidade de Londres e com capacidade para receber até 25 pessoas, a “London Eye” é um gigante de aço.

– Içada duas vezes –

Essa estrutura incomum requereu uma série de inovações tanto técnicas como materiais.

Para as gôndolas, teve-se que importar de Veneza vidros curvados especiais. As diferentes peças foram transportadas por via fluvial ao longo do Tâmisa.

Os operários tiveram que trabalhar sobre a água para montar a roda.

Finalmente, inspirando-se nas técnicas utilizadas para montar plataformas de petróleo no Mar do Norte, a roda foi içada lentamente. E teve que ser erguida duas vezes, porque os cabos cederam durante a primeira tentativa. A estrutura era pesada demais.

Outros problemas técnicos obrigaram o público a esperar vários meses antes de poder subir na Roda do Milênio.

Mas a London Eye se uniu a uma série de novos prédios na capital britânica para comemorar a chegada de uma nova era, como o Millenium Dome, a Millenium Bridge e a Tate Modern Gallery.

Assim, no momento de virada do milênio, quando os londrinos falavam sobre o Y2K e “Baby One More Time” de Britney Spears era o single mais vendido do ano, a “London Eye” se tornou a maior roda-gigante do mundo.

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