É #FAKE áudio que diz que dados de Covid, dengue, chikungunya e zika foram escondidos antes do Carnaval


Informações estão disponíveis em sites do governo federal. Especialistas ouvidos pelo Fato ou Fake destacam a transparência e denunciam áudio mentiroso. É #FAKE áudio que diz que dados da Covid, dengue, chikungunya e zika estão sendo omitidos antes do Carnaval
Reprodução
Circula nas redes sociais uma mensagem de áudio com uma mulher dizendo que os casos de Covid-19, dengue, chikungunya e zika estão em alta no Brasil e que as autoridades estariam ocultando essa informação para que ela não viesse a público antes de o Carnaval terminar. É #FAKE.
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Leia abaixo sobre:
O que diz a publicação falsa
Por que ela é mentirosa
O que especialistas afirmaram ao Fato ou Fake
O que diz a publicação falsa
🛑 No áudio, a mulher diz:
“Bom dia,  Antônio, a paz. Deixa eu te falar um alerta que eu tô trabalhando em hospital e se você puder avisar seus amigos, quem você puder.”
“Coloque máscara, estoquem álcool porque a Covid está em alta de novo, não pode divulgar, vão esperar passar o carnaval, dengue, chikungunya, zika está em alta.”
“Avisa o máximo que você puder porque tem muita gente morrendo já dentro do hospital mas não pode ser divulgado agora só depois que passar esse bendito carnaval.”
Por que a mensagem é falsa?
⚠ Como ocorre frequentemente em mensagens falsas, a pessoa que gravou o áudio não se identifica nem dá detalhes de onde e quando ele foi registrado.
Além disso, a pessoa sugere um tom de urgência e alega que teve acesso a informações privilegiadas.
Mas o governo federal divulga regularmente dados sobre as doenças mencionadas na mensagem falsa.
Procurado pelo Fato ou Fake, o Ministério da Saúde afirma, por e-mail, que alegações sobre supostos aumentos de casos e óbitos e restrições na divulgação de dados são completamente infundadas.
▶ Veja, abaixo, dados públicos sobre Covid-19:
Até 15 de fevereiro de 2025 (as sete primeiras semanas do ano), foram notificados 108.410 casos e 511 mortes causadas pela doença. Os números estão no site do Ministério da Saúde e no informe Vigilância das Síndromes Gripais.
Até 17 de fevereiro de 2024 (as sete primeiras semanas do ano passado), foram notificados 241.640 casos e 1.325 mortes causadas pela doença, segundo a pasta.
▶ Veja, abaixo, dados públicos sobre dengue, chikungunya e zika:
Segundo o Ministério da Saúde, essas três doenças – que são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti – também apresentam redução significativa no início de 2025, em comparação do mesmo período do ano passado.
Nas primeiras sete semanas de 2025, o número de casos prováveis de dengue foi 60,62% menor em relação ao mesmo período de 2024. Segundo o painel de monitoramento das arboviroses do Ministério da Saúde, consultado em 25 de fevereiro, foram registrados 373.700 casos prováveis em 2025, contra 949.094 no mesmo período de 2024.
Para chikungunya, a redução foi de 57,96% nas primeiras sete semanas de 2025. Nas primeiras sete semanas de 2025, foram notificados 29.466 casos prováveis, ante 70.101 casos mesmo período de 2024.
Em relação à zika, nas primeiras cinco semanas de 2025, foram registrados 447 casos. No mesmo período de 2024, foram 387 casos; e, em 2023, 573.
O que dizem especialistas
O Fato ou Fake mostrou o áudio ao médico Leonardo Weismann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e professor universitário. Ele explica que:
Não há nenhum dado concreto que sustente as alegações feitas no áudio. Trata-se de uma mensagem alarmista, que pode gerar pânico desnecessário e desinformação.
Ele reforça que todas as informações sobre surtos e epidemias são divulgadas de maneira oficial e transparente pelos órgãos competentes e recomenda que a população consulte fontes confiáveis antes de compartilhar conteúdos desse tipo.
A Covid-19 segue um padrão de circulação sazonal, com períodos de aumento de casos, especialmente após grandes aglomerações, como o carnaval.
No entanto, os dados sobre a doença são monitorados e divulgados regularmente pelos órgãos oficiais, como o Ministério da Saúde e as Secretarias estaduais de Saúde. Não há qualquer determinação para ocultação de informações sobre surtos.
O uso de máscara continua sendo uma medida recomendada para pessoas com sintomas respiratórios e para grupos de risco em locais de alta circulação viral.
Já a higienização das mãos com álcool gel ou água e sabão é uma prática sempre benéfica para reduzir a transmissão de diversos agentes infecciosos.
De fato, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti costumam ter um aumento de casos no verão, especialmente após períodos chuvosos.
No entanto, a notificação de casos e óbitos também é feita de maneira transparente pelas autoridades de saúde, sendo fundamental que a população siga as orientações de prevenção.
O Fato ou Fake também mostrou a mensagem a falsa a Letícia Sarturi, pesquisadora no centro de estudos SoU_Ciência, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mestre em imunologia e doutora em biociências e fisiopatologia. Ela aponta que:
O número de casos de Covid está aumentando desde fevereiro e a tendência é de piora depois do carnaval. Há alguns monitoramentos que já estão mostrando isso.
A alegação de que os dados não podem ser divulgados é mentirosa.
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