Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo índio, sobrinho de Bolsonaro, confirma que está na Argentina

A defesa do sobrinho do Bolsonaro, Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, confirmou nesta sexta-feira (28) que ele está na Argentina há mais de 20 dias. Réu por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023, Léo foi intimado por Alexandre de Moraes, relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal) a dar esclarecimentos após uma aparição dele dizendo que estava no país vizinho com medo de ser preso.

Selfie do Leonardo Rodrigues de Jesus

Sobrinho de Jair Bolsonaro, Léo Índio foi denunciado por ser ‘incitador e executor’ dos ataques de 8 de janeiro de 2023 – Foto: RecordTV/Arquivo/Reprodução/ND

A intimação aconteceu na quinta-feira (27), quando Leonardo apareceu em uma rádio do interior do Paraná dizendo que estava na Argentina por medo de ser preso.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu o prazo de 48 horas para a defesa de Leonardo Rodrigues de Jesus, sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, esclarecer se o acusado fugiu para Argentina.

Defesa confirma paradeiro de Leonardo Rodrigues de Jesus

A advogada do réu enviou ao Supremo um documento das autoridades migratórias segundo o qual Léo Índio tem permissão para permanecer até 4 de junho na Argentina. Ainda segundo o documento, ele tem permissão para trabalhar, estudar e utilizar os serviços públicos de saúde.

A entrada na Argentina se deu pela cidade de Puerto Iguazú, que faz divisa com Foz do Iguaçu, no Paraná, onde fica a tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai. Segundo o documento, a permissão para a permanência em território argentino pode ser renovada se o pedido for feito antes de expirar.

Entenda o caso

Leonardo Rodrigues de Jesus, mais conhecido como Léo Índio, foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023, que tinham como objetivo de instigar um golpe militar contra o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para restabelecer seu tio na presidência do país.

Entre as acusações, estão o envolvimento em uma associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A denúncia tramita sob sigilo, mas o portal R7 teve acesso ao documento.

Léo Índio é sobrinho de Jair Bolsonaro e primo dos filhos do ex-presidente, Carlos, Flávio, Eduardo e Jair Renan – Foto: Reprodução/ND

‘Incitador e executor’: Sobrinho de Jair Bolsonaro participou dos ataques de 8 de janeiro, segundo PGR

De acordo com a PGR, Léo Índio participou dos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, que resultaram em ataques às sedes dos três poderes em Brasília.

A denúncia inclui acusações que apontam para o envolvimento direto do sobrinho de Jair Bolsonaro na organização e execução das manifestações, que visavam interromper o funcionamento das instituições democráticas e promover a ruptura do Estado de Direito no Brasil.

Léo Índio virou réu no Supremo pelo envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023,  após julgamento da denúncia no mês passado pela Primeira Turma da Corte. Nesta sexta-feira (28), o colegiado conclui o julgamento em que já alcançou maioria para negar um recurso da defesa e manter a decisão de abrir uma ação penal.

A PGR afirmou que há provas suficientes de que Léo Índio, ciente do objetivo dos atos antidemocráticos, participou deles de forma intencional. “Ele teria atuado como incitador e executor, comparecendo aos atos de insurgência no Congresso Nacional e contribuindo de forma deliberada para os crimes cometidos pelo grupo responsável pelos ataques de 8 de janeiro de 2023”, consta a denúncia.

Crimes pelos quais Leo Índio deve responder

Com a decisão que o tornou réu, o sobrinho de Bolsonaro vai responder pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, deterioração de patrimônio tombado da União.

Durante o julgamento da denúncia, a defesa negou que Léo Índio tenha cometido crimes e defendeu a rejeição da denúncia. Outro argumento, também rejeitado, foi o de que o caso deveria ser remetido à primeira instância, por ele não ocupar cargos com foro privilegiado no Supremo.

Relembre o caso do dia 8 de Janeiro:

Manifestantes invadiram Congresso, STF e Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023 - Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND

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Manifestantes invadiram Congresso, STF e Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023 – Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND

Pessoas invadiram e destruiram o STF, Palácio do Planalto e Congresso Nacional - Agência Brasil/Reprodução/ND

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Pessoas invadiram e destruiram o STF, Palácio do Planalto e Congresso Nacional – Agência Brasil/Reprodução/ND

Operação Lesa Pátria cumpre mandado de busca e apreensão em vários estados  - Agência Brasil/Reprodução/ND

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Operação Lesa Pátria cumpre mandado de busca e apreensão em vários estados – Agência Brasil/Reprodução/ND

Manifestantes invadiram a praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro - Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Manifestantes invadiram a praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Atos de manifestantes em 8 de janeiro na praça dos Três Poderes - Joedson Alves /Agência Brasil

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Atos de manifestantes em 8 de janeiro na praça dos Três Poderes – Joedson Alves /Agência Brasil

Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto - Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND

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Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto – Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND

Estátua do STF foi pichada em 8 de janeiro de 2023 - Reprodução/R7/ND

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Estátua do STF foi pichada em 8 de janeiro de 2023 – Reprodução/R7/ND

*Com informações da Agência Brasil

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