
Duas mulheres acusadas de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond, em maio de 2024, com um brigadeirão envenenado. Júlia Andrade Cathermol Pimenta e Suyany Breschak, apontada como mentora intelectual do crime, estão presas desde o ano passado. Luiz, Júlia e o prato que, para investigadores, teria o ‘brigadeirão’ que o envenenou
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A Justiça do Rio inicia nesta terça-feira (1) as audiências do processo contra duas mulheres acusadas de matar o empresário Luiz Marcelo Ormond, em maio de 2024, com um brigadeirão envenenado.
Júlia Andrade Cathermol Pimenta e Suyany Breschak, apontada como mentora intelectual do crime, estão presas desde o ano passado e respondem pelo homicídio do empresário.
As defesas das duas negam o homicídio. Advogados chegaram a tentar pedir que o corpo do empresário fosse exumado. O objetivo era provar que Ormond não foi envenenado.
Relembre o caso
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O caso veio à tona em 20 de maio, quando o corpo de Luiz Marcelo Ormond foi encontrado em avançado estágio de decomposição dentro de casa, em um condomínio no Engenho Novo. A suspeita é que o empresário tenha morrido no 17 de maio, após comer o brigadeirão oferecido por Júlia.
A necrópsia encontrou um líquido achocolatado no estômago de Ormond, e uma perícia mais detalhada apontou a presença de morfina e do ansiolítico clonazepam no trato gástrico do homem.
A polícia considera que a alta dosagem das drogas matou Ormond em menos de meia hora, a julgar pelas câmeras do elevador do prédio dele. O empresário aparece descendo para a piscina às 17h04 com o prato de brigadeirão na mão e, às 17h47, sobe ao apartamento tossindo muito e desatento.
Júlia Pimenta, suspeita de envenenar o namorado com um brigadeirão, é transferida da 25ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro para um presídio, nesta quarta-feira, 05 de junho de 2024. A psicóloga, de 27 anos, estava encapuzada, de cabeça baixa e acompanhada da advogada. Seu namorado, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, foi encontrado morto no apartamento em que o casal morava, no dia 22 de maio.
REGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Júlia foi ouvida na 25ª DP (Engenho Novo) no dia 22 de maio, na condição de envolvida. Nesse depoimento, ela disse ter largado o carro de Ormond na Maré a pedido dele (o que a polícia afirma ser mentira) e ido embora do apartamento no dia 20, após brigar com o namorado. Em hora alguma ela falou que Ormond tinha passado mal.
Foi durante o depoimento do dia 22, que Julia sorriu várias vezes ao falar de Ormond. Para o delegado Marcos Buss, da 25ª DP, ela demonstrou “extrema frieza”.
Após depor, Júlia foi para a casa do (outro) namorado, Jean Cavalcante de Azevedo, em Campo Grande, na Zona Oeste. À polícia, Jean disse que hospedou a mulher até o dia 27.
Nesse dia, segundo alegaram os pais de Júlia, ela voltou para casa, também em Campo Grande, onde os recebeu. Preocupados com o estado da filha — que dizia ter feito “uma besteira”, sem no entanto detalhá-la —, Carla e Marino a levaram até Maricá, onde moram.
Suyany foi presa antes de Júlia, enquanto a psicóloga continuou foragida por alguns dias – até que se rendeu depois de uma negociação com a polícia.