
Um treinador de futebol foi acusado de envolvimento na morte de um adolescente de 13 anos que jogava em seu time na Califórnia, nos Estados Unidos. O caso gerou comoção na comunidade local e levantou suspeitas sobre possíveis outros crimes.
De acordo com a Promotoria do Condado de Los Angeles, Mario Edgardo Garcia-Aquino, de 43 anos, enfrenta acusações relacionadas à morte de Oscar Omar Hernandez, além de suspeitas de abusos contra outros menores.
Oscar foi dado como desaparecido em 30 de março, após sair de casa em North Hollywood, no Vale de San Fernando, e não retornar. Dois dias antes, ele teria pego um trem até Lancaster para se encontrar com o treinador, segundo informações do promotor Nathan Hochman.

O corpo do garoto foi encontrado em 3 de abril, abandonado em uma estrada próxima à praia estadual Leo Carrillo, em Oxnard, cerca de 80 quilômetros do local onde teria visto o suspeito. Investigações apontam que Garcia-Aquino teria causado a morte do adolescente e escondido o corpo.
O processo inclui também suspeitas de crimes anteriores. Em dezembro de 2022, Garcia-Aquino teria se envolvido em um episódio de abuso contra um adolescente em Sylmar. Já em fevereiro deste ano, ele teria cometido outra agressão contra um jovem de 16 anos em Palmdale. A prisão do treinador inicialmente ocorreu por conta desse último caso.
Segundo o Departamento de Segurança Interna dos EUA, Garcia-Aquino é imigrante em situação irregular no país. Em comunicado, o órgão associou o episódio a políticas de fronteira e prometeu reforçar o combate a “criminosos ilegais”.
A morte de Oscar provocou grande comoção entre familiares e amigos, que organizaram uma homenagem no local onde o corpo foi encontrado. Durante a cerimônia, a mãe do garoto, Gladys Bautista, emocionou-se: “Ele não merecia ser tratado como um animal. Esse era o meu filho”, declarou à rede ABC News.
Ex-vizinhos do treinador em Sylmar relataram que ele frequentemente visitava casas de famílias com crianças. Uma moradora, Jasmin Martinez, afirmou que Garcia-Aquino passava muito tempo com meninos, embora não tenha presenciado abusos. Ela relatou, no entanto, ter ouvido gritos e barulhos vindos da residência.
A polícia de Los Angeles e o Departamento do Xerife do Condado pediram que possíveis outras vítimas se apresentem. O xerife Robert Luna afirmou que o status migratório das vítimas não será impedimento para denúncias: “Nosso objetivo é proteger todos”, declarou.
Garcia-Aquino trabalhava como treinador de um clube juvenil de futebol em Sylmar e, até então, não tinha antecedentes criminais conhecidos. Durante a primeira audiência, a defesa pediu o adiamento do processo. A próxima audiência foi marcada para 30 de abril.
Se condenado, o treinador poderá enfrentar prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional ou até mesmo a pena de morte. Ele também poderá ser condenado a seis anos de prisão pelos casos de agressões denunciadas em processos separados.