Grupo de alunos da Esalq/USP é reconhecido como referência global no estudo dos solos


Reconhecimento partiu do Dokuchaev Soil Science Institute, da Rússia, instituição considerada o berço da pedologia, que é a ciência que estuda o solo. Reconhecimento do Dokuchaev Soil Science Institute, da Rússia
Denise Guimarães
Um grupo de estudantes da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), de Piracicaba (SP), foi reconhecido como referência global no estudo dos solos.
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O reconhecimento do Grupo de Geotecnologias em Ciência do Solo (GeoCiS), do Departamento de Ciência do Solo da Esalq/USP foi feito pelo Dokuchaev Soil Science Institute, da Rússia, instituição considerada o berço da pedologia, que é a ciência que estuda o solo.
A equipe recebeu uma menção de destaque da Academia de Ciências da Rússia, por meio do Ministério da Ciência e Educação da Federação Russa.
“Com uma base sólida construída ao longo de décadas e um olhar voltado para o futuro, o GeoCiS continua expandindo fronteiras e consolidando o Brasil como referência mundial na ciência do solo”, destaca o professor José Alexandre Demattê, coordenador do grupo.
A menção ressalta o GeoCiS como um dos líderes globais nas áreas de pedologia, mapeamento e sensoriamento remoto aplicados ao estudo dos solos. Segundo o documento oficial, “o grupo se destaca também por desenvolver os caminhos mais inovadores da ciência do solo.”
Estudo levou mais de 25 anos para ser concluído
Um dos principais destaques mencionados pelo instituto é a Biblioteca Espectral de Solos, desenvolvida pelo grupo. Esse projeto levou mais de 25 anos para ser concluído e contou com sete projetos financiados pela Fapesp e CNPq, envolvendo mais de 80 pesquisadores brasileiros de diversas instituições.
“A Esalq desempenhou um papel essencial na disseminação dessa técnica em todo o país. Se em 1998 existiam apenas três instituições atuantes nesta área, hoje já são dezenas,” afirma o professor Demattê. Parte dessa trajetória foi descrita em uma publicação no Dokuchaev Soil Bulletin.
Além do impacto nacional, o GeoCiS expandiu suas atividades para o cenário global. Atualmente, o grupo coordena o projeto WorldSpecs – Serviço de Análise de Solos via Espectroscopia do Mundo, que reúne mais de 100 pesquisadores internacionais. Esse projeto viabiliza análises por meio de sensores e permitindo acesso a dados de diferentes partes do mundo.
Também será criada uma plataforma gratuita e interativa, onde usuários poderão realizar análises de solo diretamente na nuvem.
Apesar dessa inovação, o professor Demattê destaca que o modelo adotado será estimativo, e não determinístico, o que significa que os laboratórios tradicionais continuarão sendo essenciais para garantir precisão nos resultados.
“O sistema funcionará de forma híbrida, unindo tecnologia e métodos laboratoriais para maior eficiência”, explica o docente.
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