Sem-teto que foi de Cabo Frio para o ES com promessa de emprego diz que coordenador citou salário de R$ 20 mil

O grupo afirma que o coordenador da Casa da Passagem, onde os vulneráveis estavam sendo assistidos, fez a promessa do serviço. Tanto o coordenador quanto o prefeito negam e dizem que só ofereceram o transporte, sem oferta de emprego. Grupo de pessoas em situação de rua denuncia que foi levado pela Prefeitura de Cabo Frio para o ES
Um grupo de doze pessoas em situação de rua denuncia que foi levado para o Espírito Santo com uma promessa de trabalho em uma fazenda de café feita pelo coordenador da Casa da Passagem de Cabo Frio, na Região dos Lagos do RJ.
Entre os que foram levados em um micro ônibus, estavam homens, mulheres, idosos, crianças e até uma grávida. Eles estavam abrigados na Casa da Passagem, um abrigo da prefeitura de Cabo Frio para a população em situação de rua.
Eles afirmam que a oferta de emprego veio da coordenação.
“Foi o próprio Tadeu que falou, falou que já aconteceu relato do pessoal que saiu daqui para o Espírito Santo ganhar R$ 20 mil, mudar de vida. Eu quero mudar de vida, sou um cidadão em situação de rua e falei: ‘pô, vou pra lá então’. Colheita de café. Chegou aqui e não era nada disso”, afirma o pedreiro Júlio César Freire.
A viagem de ônibus foi paga pela prefeitura. Foram cerca de nove horas de viagem de Cabo Frio até Linhares. Eles narram que ao chegar na cidade, foram deixados pelo motorista em uma rua com o aviso de que outro motorista os levaria até a fazenda de café – o que não aconteceu.
“Eu sem documento nenhum. Eu falei: ‘to sem documento’ e eles disseram que lá ia conseguir tudo. Falaram: ‘você vai trabalhar, rapidinho vai conseguir suas coisas’”, conta o coletor de material reciclável Adílio Menezes.
Na terça (8), eles pediram ajuda e foram atendidos pela prefeitura de Linhares. A delegacia da cidade abriu uma investigação e já ouviu todo o grupo.
O prefeito de Cabo Frio nega que tenha prometido emprego e moradia ao grupo e afirma que se comprometeu com o transporte das pessoas, usando recursos do Sistema Único de Assistência Social.
O grupo aponta o coordenador Thadeu Couto como a pessoa que fez a oferta. Ele afirma que atendeu apenas a um pedido de transporte e que nunca prometeu emprego.
A Defensoria Pública do RJ abriu um procedimento para acompanhar a situação do grupo. Segundo a defensora, a prefeitura não pode transportar pessoas que estão em situação de rua para outros locais sem que se saiba onde e de que forma serão acolhidas.
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