

A Páscoa marca a Ressurreição de Jesus Cristo – Foto: Getty Images/ND
A Páscoa é uma das celebrações mais importantes e simbólicas do calendário religioso e cultural em diversas partes do mundo. Seja pelas raízes profundas na fé judaica, pelo impacto da ressurreição de Cristo para os cristãos ou pelos elementos populares como os ovos e coelhos, a história da Páscoa é repleta de significados que atravessam milênios.
A Páscoa no judaísmo: libertação e renovação
Muito antes de ser associada ao cristianismo, a Páscoa já era celebrada pelos judeus. Conhecida como Pessach, essa festividade marca a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito, conforme narrado no livro do Êxodo, no Antigo Testamento.
Durante o Pessach, é comum o consumo de alimentos simbólicos, como o pão sem fermento (matzá), que relembra a pressa da fuga do Egito. Essa celebração, que ocorre geralmente em março ou abril, é um momento de memória e gratidão pela liberdade conquistada.
A Páscoa cristã: paixão, morte e ressurreição de Jesus
Com o surgimento do cristianismo, a Páscoa ganhou um novo significado. Para os cristãos, ela representa a ressurreição de Jesus Cristo, ocorrida três dias após sua crucificação.
A data é precedida pela Semana Santa — que inclui o Domingo de Ramos, a Quinta-feira Santa e a Sexta-feira da Paixão — e culmina no Domingo de Páscoa, considerado o mais importante do calendário litúrgico cristão.
A mensagem central da Páscoa cristã é a de esperança, renovação e vida eterna, com base na vitória de Jesus sobre a morte.
Como a celebração se espalhou pelo mundo
Com a expansão do cristianismo ao longo dos séculos, a Páscoa se tornou uma celebração global. Cada cultura assimilou elementos próprios, criando tradições únicas em países da Europa, América, África e Ásia.
Na Idade Média, a Igreja Católica consolidou ritos e símbolos da Páscoa cristã, ao mesmo tempo em que absorveu práticas populares de origem pagã — algo que contribuiu para a rica diversidade de significados que a Páscoa tem até hoje.
Influências pagãs: fertilidade, renascimento e o equinócio
Alguns dos símbolos mais conhecidos da Páscoa moderna têm raízes pagãs. A celebração da chegada da primavera, por exemplo, marcava o início de um novo ciclo da natureza e estava associada à deusa da fertilidade, Ēostre (ou Ostara), na tradição anglo-saxã.
É daí que surgem símbolos como o ovo (vida, fertilidade) e o coelho (reprodução abundante). Com o tempo, esses elementos foram incorporados à Páscoa cristã, especialmente na Europa, e popularizados na cultura ocidental.
Quando ovos e coelhos entraram na tradição
Os ovos, inicialmente pintados à mão, começaram a ser trocados como presentes de Páscoa na Europa medieval. Já os coelhos surgiram como personagens folclóricos na Alemanha, no século XVII, simbolizando a chegada da primavera e o nascimento.
Mais tarde, com a industrialização e o avanço da cultura de consumo, surgiram os famosos ovos de chocolate — tradição que se espalhou rapidamente pelo mundo e se tornou sinônimo de Páscoa para muitas famílias.
A Páscoa no Brasil: fé, comida e doces
No Brasil, a Páscoa é celebrada com forte influência católica, incluindo missas, procissões e encenações da Paixão de Cristo. Além do aspecto religioso, a data ganhou um forte apelo comercial com os ovos de chocolate, que movimentam o mercado e fazem a alegria das crianças.
Outra tradição brasileira é a ceia de Páscoa, com pratos como o bacalhau, herança da cultura portuguesa. Nas famílias, o Domingo de Páscoa é um momento de confraternização e renovação espiritual.