Câncer mais comum em crianças e adolescentes pode causar vômitos e mudança de comportamento; saiba como identificar

Diretor do Centro Infantil Boldrini alerta para importância do diagnóstico precoce. Campinas registrou alta de 10,2% na busca por atendimentos relacionados ao câncer infantil; entenda. Aumenta o número de atendimentos de crianças e jovens com câncer na região de Campinas
Os tumores do sistema nervoso central, tipo de câncer mais frequente entre crianças e adolescentes, têm entre os principais sintomas vômitos matinais e mudanças repentinas de comportamento. À EPTV, afiliada da TV Globo, o médico e diretor do Centro Infantil Boldrini, Amilcar Cardoso de Azevedo, explicou como identificar a doença e reforçou a importância do diagnóstico precoce.
Além dos sintomas acima, outros sinais de alerta, segundo o médico, são:
Vômitos, principalmente matinais;
Mudanças de comportamento;
Comportamento irritadiço;
Estrabismo repentino;
Dores de cabeça contínuas.
A região de Campinas (SP) registrou um aumento de 10,2% na busca por atendimento hospitalar provocada por problemas relacionados ao câncer infantil, enquanto as internações aumentaram 6,5% em 2023, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde.
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De janeiro a julho deste ano, foram registrados 1.811 atendimentos hospitalares e 584 internações, contra 1.642 atendimentos e 548 internações no mesmo período em 2022.
A leucemia é a neoplasia com maior número de internações de pessoas menores de 18 anos no estado de São Paulo. Entre 2020 e 2023, foram 13,9 mil, seguida de neoplasias de comportamento incerto ou desconhecido, com 4,1 mil e neoplasia maligna do osso e cartilagem articular, com 3,8 mil.
O diretor do Centro Infantil Boldrini ressalta que os pais devem ficar atentos a outros sintomas que podem sinalizar a ocorrência de outros tipos de cânceres:
Palidez progressiva;
Criança com manchas roxas pelo corpo, especialmente em áreas não comuns a traumas;
Sangramentos inexplicados;
Dores nos membros e ósseas;
Adolescentes com dores nas costas;
Aumento de íngua ou glândulas, principalmente aumento progressivo não doloroso;
Crianças tratando pneumonias intratáveis que, na verdade, são massas pulmonares na área do tórax.
Centro Infantil Boldrini
Divulgação/Boldrini
Rede de apoio
Laura Martins nasceu em setembro de 2018 e, com dois meses, teve febre por conta de uma bactéria. Em abril, passou a apresentar manchas vermelhas e nódulos após ser picada por mosquitos.
Os sintomas foram percebidos pelo pai, Jean. Depois de diversos exames, a menina foi diagnosticada com a doença, passou por tratamento e quimioterapia no Centro Infantil Boldrini e até realizou um transplante de medula, mas não resistiu à doença e morreu. Ela tinha 3 anos.
“Infelizmente, a Laura não foi a primeira e não será a última criança. A gente precisa dessa rede, criar uma rede de apoio para conseguir diagnosticar casos com antecedência. Ficar atendo a essas questões. Como pai, ler e cobrar o médico também”, afirma Jean.
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