Conflito entre Israel e Hamas chega ao 9º dia com mais de 3 mil mortes

Bombardeio na Faixa de GazaReprodução / CNN – 14.10.2023

conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel completa nove dias neste domingo (15). No fim de semana passado, extremistas da palestina iniciaram bombardeios sem precedentes no território israelense. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF) há pelo menos 150 reféns em Gaza.

Um dos primeiros alvos do Hamas foi uma festa rave chamada Universo Paralello, que acontecia no sábado (7 de outubro) no deserto de Negev, no sul de Israel e a menos de 20 quilômetros da Faixa de Gaza. 

Neste ataque, 260 corpos foram encontrados no local onde aconteceu a rave. Entre eles estavam os brasileiros, Bruna Valeanu e Ranani Nidejelski Glazer, ambos de 24 anos, e Karla Stelzer Mendes, de 42 anos.

Ainda naquele fim de semana, Israel declarou guerra ao grupo terrorista e bombardeios começaram entre os dois lados. Logo, os Estados Unidos anunciaram apoio total aos israelenses.

“O inimigo pagará um preço como nunca conheceu antes”, afirmou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em vídeo divulgado nas redes sociais.

O objetivo de Israel é “expulsar as forças hostis que se infiltraram” em seu território “e restaurar a segurança e a tranquilidade das comunidades que foram atacadas”, completou Netanyahu.

A partir de segunda-feira (9), Israel começou a cercar a Faixa de Gaza, área que tem 40 quilômetros de comprimento e aproximadamente 8 quilômetros de largura, e impediram o acesso à energia, água e combustível até que os reféns sequestrados pelo grupo extremistas fossem libertos e retornassem para Israel.

Brasileiros repatriados

No início da semana, o governo brasileiro se mobilizou para resgatar brasileiros de Israel que gostariam de retornar ao Brasil. Até este sábado (14), mais de 700 foram repatriados.

A Operação Voltando em Paz do Governo Federal trouxe 211 passageiros na primeira aeronave, 214 no segundo voo, que também trouxe um cachorro e três gatos. O terceiro avião retornou com 69 brasileiros e o quarto com 207 e mais dois cachorros e dois gatos.

Neste domingo (15), outro avião da Força Aérea Brasileira retornou ao Brasil nesta madrugada, com 215 passageiros e 16 pets. O pouso foi realizado no Aeroporto de Galeão, no Rio de Janeiro.

A sétima aeronave da FAB usada na missão de repatriação decolou do Rio de Janeiro neste sábado. Trata-se de um KC-30 (Airbus A330 200), com capacidade para cerca de 210 passageiros. A previsão é que o avião volte ao Brasil na terça-feira (17), trazendo passageiros de Israel.

A sexta aeronave está destinada a buscar brasileiros que estão na Faixa de Gaza. Neste momento, o avião VC-2, cedido pela Presidência da República, está em Roma, na Itália, de onde aguarda autorização para ir ao Egito.

De acordo com o embaixador do Brasil em Israel, Fred Meyer, a previsão é de haja 15 voos para transportar 2,7 mil brasileiros que queiram retornar ao Brasil. “Todos os que quiserem sair, sairão. Essa é a ordem do presidente Lula”, afirmou Meyer.

Evacuação de Gaza

Na quinta-feira (12), os militares israelenses avisaram os moradores de Gaza que eles tinham 24 horas para evacuar a cidade. Jonathan Conricus, porta-voz das Forças israelenses, afirmou que a “evacuação é para a própria segurança” dos moradores da Faixa de Gaza. Ele pediu ainda que os habitantes do local só retornem quando forem orientadas pelo governo de Israel.

O prazo se encerrou às 18 horas (horário de Brasília) de sexta-feira (13), porém, após um apelo de organizações internacionais, Israel estendeu o prazo até às 10h da manhã de sábado (14) e realizou bombardeios em Gaza após o período.

A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou o prazo de evacuação de Israel. Segundo Philippe Lazzarini, chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa) a saída de palestinos “se tornou um inferno”.

“Isso só causará níveis de miséria sem precedentes e empurrará ainda mais a população de Gaza rumo ao abismo […] O tamanho e a velocidade da crise humanitária em curso são assustadores”, completou Lazzarini.

O grupo terrorista Hamas rejeitou as ordens de Israel e pediu para população não seguirem as recomendações israelenses.

À ONU, Salama Marouf, chefe de comunicação do Hamas, afirmou que o aviso de Israel é “propaganda falsa, com o objetivo de semear confusão entre os cidadãos e prejudicar a nossa coesão interna” e pede aos cidadãos palestinos “não se envolverem nestas tentativas”.

Em comunicado, Hamas rejeitou a ordem de retirada da população. “Nosso povo palestino rejeita a ameaça dos líderes da ocupação (israelense) e seus apelos para que deixem suas casas e fujam para o sul ou para o Egito”, afirmou o grupo extremista.

De acordo com a ONU, mais de 1 milhão de pessoas já se descolaram de suas casas na palestina e se direcionaram ao sul. Segundo a Unicef, 700 crianças morreram em Gaza desde o início do confronto com Israel e que 2.450 ficaram feridas.

“De acordo com os últimos relatórios das autoridades de saúde locais e da mídia, pelo menos 2.215 palestinos foram mortos, incluindo mais de 700 crianças, e mais de 8.714 pessoas ficaram feridas, incluindo mais de 2.450 crianças”, disse a porta-voz da Unicef, Sara Al Hattab.

Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, o ataque de Israel atingiu ao menos 15 hospitais e unidades de saúde da Faixa de Gaza. O porta-voz da pasta, Ashraf Al-Qudra afirmou que 28 médicos morreram e 23 ambulâncias foram atingidas enquanto profissionais socorriam vítimas do conflito.

Vítimas da guerra

O número de mortos na guerra entre Israel e o grupo palestino armado Hamas já passa dos 3 mil até a noite de sábado (14). Ao todo, são 1.300 israelenses mortos, segundo o exército de Israel, e 1.900 palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde palestino.

Os acontecimentos recentes são reflexo de um conflito entre Israel e Palestina que já dura décadas. A região sempre foi ocupada por judeus e por palestinos, povo etnicamente árabe, de maioria muçulmana, o que gera conflitos sobre território. Ademais, os confrontos são constantes, e o último longo embate foi em 2021, durando 11 dias.

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