Waack: Tentativa de Biden de remediar guerra começou da pior maneira possivel

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Começou da pior maneira possível a arriscada aposta do presidente americano, Joe Biden, de tentar remediar pessoalmente as coisas indo a Israel.

Pouco antes de ele embarcar no Air Force One rumo a um encontro com mandatários israelenses e de países árabes, uma explosão matou centenas de pessoas em um dos principais hospitais dentro da cidade de Gaza.

Cada lado culpa o outro pela explosão, mas os árabes já cancelaram encontros com Biden, e a Arábia Saudita acusa Israel de crime de guerra por conta da explosão.

Ao optar por ir a Israel, Biden se arrisca a confirmar a percepção de grande parte do mundo árabe: a de que os Estados Unidos são cúmplices de todas as tragédias e, portanto, sem moral alguma para mediar qualquer coisa na região.

O que Biden quer tentar é evitar que o conflito em torno de Gaza se amplie pela região, uma probabilidade que está aumentando diante da anunciada invasão por terra das Forças Armadas Israelenses, considerada inevitável diante do objetivo declarado de Israel, que é eliminar inteiramente o Hamas.

Dado o tamanho do trauma causado pela atrocidade terrorista do Hamas, é difícil antecipar no momento o que possa prevalecer à frieza de cálculos estratégicos nem o que os Estados Unidos consigam alterar em qualquer direção o que os israelenses parecem dispostos a fazer.

Conseguirão, portanto, ter qual grau de controle dos acontecimentos na região, que dependem de aliados com jogo próprio, como Turquia, Arábia Saudita e Egito, e de inimigos com poder ampliado, como o Irã?

Enquanto Biden subia no avião, Vladimir Putin se dirigia a Pequim para se encontrar com o amigo Xi Jinping. Eles enxergam a oportunidade de disputar com os americanos o pouco de ordem que se possa imaginar estabelecer no Oriente Médio.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Waack: Tentativa de Biden de remediar guerra começou da pior maneira possivel no site CNN Brasil.

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