“Fizemos todo o esforço possível”, diz Mauro Vieira sobre resolução brasileira vetada na ONU

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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lamentou nesta quarta-feira (18) a derrota da resolução proposta pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU sobre a guerra entre Israel e Hamas.

“Infelizmente não foi possível aprovar essa resolução, ficou clara uma divisão de opiniões. Mas acho que do nosso ponto de vista, da nossa presidência, fizemos todo o esforço possível para que cessassem as hostilidades e que se parassem com os sacrifícios humanos. E que se pudesse dar algum tipo de assistência às populações locais, aos brasileiros que estão na Faixa de Gaza”, declarou Mauro Vieira.

A resolução brasileira conseguiu 12 votos favoráveis. Mas o documento não avançou porque os Estados Unidos usaram o poder de veto. Rússia e Reino Unido se abstiveram.

Os americanos têm a prerrogativa do veto porque são uma das nações com assento permanente no Conselho de Segurança. China, França, Rússia e Reino Unido possuem o mesmo status.

O representante do Brasil no Conselho criticou a dificuldade para aprovação de um texto consensual diante de uma situação que ele classificou como “catástrofe humanitária”.

“O Conselho deveria tomar uma atitude e agir rapidamente. A paralisia do Conselho diante de uma catástrofe humanitária não é de interesse da comunidade internacional. Enquanto fazíamos um grande esforço para acomodar posições diferentes — e, às vezes, opostas —, nosso foco estava, e segue estando, na situação humanitária”, afirmou.

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O texto condenava toda a violência e hostilidades contra civis e todos os atos de terrorismo e apelava à libertação imediata e incondicional de todos os reféns. A resolução proposta pelo Brasil pedia ainda pausas no conflito que permitissem o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, região onde a guerra está concentrada.

Durante a reunião em que o texto foi votado, o enviado norte-americano à ONU afirmou que os Estados Unidos estão “no campo fazendo o trabalho duro da diplomacia”, trabalhando com Israel, seus vizinhos e a ONU para resolver a crise humanitária.

Segundo ele, o país está decepcionado com a resolução proposta, já que ela não menciona o direito de autodefesa de Israel.

Na semana passada, Israel ordenou que cerca de 1,1 milhão de pessoas em Gaza — quase metade da população — se mudassem para sul da região enquanto se preparava para uma ofensiva terrestre em retaliação ao pior ataque do Hamas a civis nos 75 anos de história de Israel.

Israel colocou a Faixa de Gaza sob cerco total e fez intensos bombardeios. O país prometeu aniquilar o Hamas depois que o grupo radical islâmico matou 1.400 pessoas e fez reféns em ataques terroristas que começaram no dia 7 de outubro.

Autoridades palestinas dizem que mais de 3.000 palestinos foram mortos no conflito.

*Com informações da Reuters

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Fizemos todo o esforço possível”, diz Mauro Vieira sobre resolução brasileira vetada na ONU no site CNN Brasil.

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