Ativista afegão é liberto pelo Talibã após sete meses preso

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Matiullah Wesa estava preso a sete mesesInstagram/@matiullah_wesa – 10.03.2023

O ativista afegão Matiullah Wesa foi liberto pelo Talibã nesta quinta-feira (26), após sete meses de prisão. Wesa é conhecido por lutar pelos direitos de meninas frequentarem a escola no Afeganistão, e foi preso após viajar o país fazendo campanha para a inclusão de garotas no ensino. Segundo as autoridades talibãs, ele estaria fazendo “propaganda contra o governo”.

À Agence France-Presse, a família de Wesa disse que ele estava “a caminho de casa”, sendo a informação confirmada por um porta-voz da administração talibã.

Richard Bennett, um dos principais especialista em direitos humanos no Afeganistão da Organização das Nações Unidas, saudou a libertação do ativista. Entretanto, ele destacou a situação que centenas de outros ativistas passam no Talibã.

No Twitter, Bennett diz: “Congratulo-me com a libertação de Matiullah Wesa e apelo à libertação imediata e incondicional de todos os defensores dos direitos humanos do #Afeganistão que estão arbitrariamente detidos por defenderem os seus próprios direitos e os direitos humanos dos outros”.

I welcome the release of Matiullah Wesa and call for the immediate & unconditional release of all #Afghanistan human rights defenders who are arbitrarily detained for standing up for their own rights & the human rights of others. #ZhuliaParsi #NedaParwani #RasoulAbdi https://t.co/o4yALElJXW

— UN Special Rapporteur Richard Bennett (@SR_Afghanistan) October 26, 2023

Wesa é o fundador da organização sem fins lucrativos Pen Path. No projeto é feito a promoção do acesso à educação. Para isso, os integrantes vistam regiões rurais, visando reativar as escolas fechadas pela violência, e abrir novas bibliotecas para os habitantes.

A luta de Wesa foi intensificada após o Talibã ter tomado Cabul em 2021, e ter imposto duras restrições às mulheres. Dentre elas está a proibição de frequentar escolas, parques e ginásios, além da expulsão dos cargos públicos.

Em março, com a prisão do ativista, a ONU e grupos internacionais de diretos humanos promoveram protestos contra a decisão das autoridades talibãs. Nas manifestações, era levantado um alerta sobre o fato dos talibãs estarem reprimindo cada vez mais o chamado “ativismo pacífico”.

No relatório feito pelo Instituto para a Paz, Mulheres e Segurança de Georgetown, divulgado na última terça-feira (24), o Afeganistão aparece em último lugar no que diz respeito a promoção inclusão, a justiça e a segurança das mulheres na sociedade. Ao todo, 177 países foram analisados.

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