Iniciativa de produtores rurais ajuda a recuperar uma das áreas mais degradadas do Cerrado

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A reabilitação de áreas degradadas é apontada por ambientalistas como uma das principais soluções para barrar o avanço do desmatamento, porque, além de aumentar ou até devolver produtividade a determinada região, também eleva os lucros do produtor. Iniciativa de produtors rurais reablita áreas degradadas em MS
Uma iniciativa de produtores de Mato Grosso do Sul está reabilitando áreas degradadas do Cerrado.
Uma porção de floresta que se destaca nas áreas abertas no Cerrado. A propriedade de 15 hectares é de Elida Martins Aivi, uma pequena produtora rural de Bonito, em Mato Grosso do Sul. Ela transformou a chácara, desmatada no passado para plantação de soja, em uma agrofloresta, manejo que integra a agricultura com árvores nativas.
“Eu quero uma pimenta, corro na lavoura. Eu quero uma mandioca, venho na lavoura. Eu quero uma abóbora, venho na lavoura. Minha renda vem daqui, tudo da nossa terra. A gente planta, a gente colhe, a gente come e a gente vende”, conta Elida.
Ela recuperou 80% da área. Com tanta árvore, o gado é criado na sombra, com alimento em fartura, inclusive na seca.
“Eu me sinto muito satisfeita, muito orgulhosa. Se cada um fizesse um pouquinho, o mundo seria muito melhor. Cuidar do nosso planeta é tudo de bom”, diz a produtora rural.
No sistema, o boi é criado na sobra, entre as árvores.
TV Globo/Reprodução
A reabilitação de áreas degradadas é apontada por ambientalistas como uma das principais soluções para barrar o avanço do desmatamento, porque, além de aumentar ou até devolver produtividade a determinada região, também eleva os lucros do produtor. E, sendo assim, não há necessidade de abrir novas áreas.
Mato Grosso do Sul é o segundo estado do país em desmatamento acumulado do Cerrado. A ONG WWF acompanha projetos de recuperação em mais de 50 propriedades do estado.
“Temos diversos estudos que apontam que não é necessário desmatar mais nenhuma árvore, tirar mais nenhum pé de árvore do Brasil para a gente expandir a produção agrícola e pecuária para os níveis necessários para alimentar a população nacional e mundial até 2040”, afirma Lais Ernesto Cunha, analista de conversação ambiental da WWF.
Dados do MapBiomas mostram que 53% do território brasileiro são pastagens com algum sinal de degradação. Em Coxim, produtores estão sendo orientados a criar mecanismos para reter a água da chuva.
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“O pasto vai estar mais úmido. Então, o capim vai reagir mais rápido, o gado vai comer um pasto melhor. Segura a umidade bastante tempo porque, como não tinha, a água batia e ia tudo embora. E, no caso, estava dando até erosão”, diz um produtor local.
Áreas de proteção, como as matas ciliares de rios, também estão sendo reflorestadas.
“Quem tem que proteger as matas ciliares e o meio ambiente é o produtor. O maior interessado em proteger isso é ele. Mas é uma atividade econômica, ele precisa estar economicamente saudável para proteger isso aí. Então, se você tem uma propriedade, onde a pastagem é rentável, não tem um motivo para fazer novo desmatamento”, explica Rodney Guadagnin Santos, gerente administrativo do Instituto Taquari Vivo.
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