Jovens de comunidades carentes encontraram rede de apoio fundamental contra a violência e a evasão escolar

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No Rio Grande do Sul, por exemplo, programa já acolheu mais de 26 mil jovens, abrindo as portas não só das universidades, mas também para o mundo do trabalho. Rede de apoio reduz evasão escolar de jovens
Jovens de comunidades carentes em três estados brasileiros encontraram uma rede de apoio fundamental contra a violência e a evasão escolar, e quem vem mudando a história de muita gente.
A estudante Jamilly dos Santos encontrou a rede de apoio de que tanto precisava. Acesso a computador, internet e gente disposta a mostrar que sempre pode existir mais de um caminho.
“Na minha cabeça era sempre Medicina Veterinária, Medicina Veterinária. E aqui no centro, a gente tem várias oficinas ligadas à leitura. Eu falei: ‘acho que tenho outras possibilidades’. Aí eu me encontrei em Letras”, conta.
O centro da juventude que ela frequenta fica na periferia de Vitória. São outros 13 como esse no Espírito Santo.
“Eu vi alguns amigos meus aqui dentro cortando cabelo, aí que me despertou interesse. Vi que era uma profissão boa. Aqui que eu descobri que eu tenho um talento”, diz o estudante Andrei dos Santos Panetto.
Nesses espaços, jovens como a Jamilly e o Andrei podem fazer oficinas profissionalizantes, cursos de idiomas, e reforço escolar. Participam de atividades culturais e esportivas, e tem acompanhamento de psicólogos e assistentes sociais.
Pesquisas apontam bons resultados do programa. Em 27 municípios do Paraná, a taxa de homicídios de jovens de 15 a 24 anos caiu pela metade entre 2016 e 2021. No Rio Grande do Sul, a queda foi de 60% entre 2017 e 2020, e a evasão escolar diminuiu 24% em cinco anos.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento garantiu parte dos recursos para os dois estados do Sul e o Espírito Santo – que ainda não tem uma avaliação completa dos resultados.
“Ninguém quer que a violência e a criminalidade seja um caminho, um roteiro de vida para as pessoas. Então, muito de nosso trabalho está voltado para gerar maiores oportunidades de educação, de qualificação profissional”, afirma Rodrigo Andres Pantoja Vera, especialista do BID.
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No Rio Grande do Sul, o programa funciona em quatro bairros da capital e em mais duas cidades da Região Metropolitana, em áreas marcadas pela vulnerabilidade social e pela violência. Desde que começou, já acolheu mais de 26 mil jovens, abrindo portas não só das universidades, mas também para o mundo do trabalho.
“Aqui nós temos muitos jovens que expressam como é importante ter um lugar que eles são escutados, valorizados e reconhecidos”, diz Frei Luciano Elias Bruxol, diretor do Centro São Francisco do Assis.
Foi em um dos centros da juventude, na Zona Leste de Porto Alegre, que a estudante Helen Fonseca descobriu que poderia realizar o maior sonho: o de cursar Direito na maior universidade pública do Rio Grande do Sul.
“Normalmente, pelo menos na minha família e famílias que eu conheço, é tu terminar o ensino médio e já começar a trabalhar. A gente pode escolher se é isso que a gente quer para nossa vida ou se a gente quer mais, inclusive formas de mudar a realidade de nosso bairro e de outros jovens como nós”, diz.
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