CNI avalia que novo corte da Selic é insuficiente para impedir queda da atividade econômica

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou que o novo corte da Selic, a taxa básica de juros do país, é insuficiente para impedir a queda da atividade econômica.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central promoveu nesta quarta-feira (1º) um corte de 0,5 ponto percentual na Selic, que passa de 12,75% para 12,25% ao ano.

“A queda da Selic não é suficiente para impedir custos adicionais e desnecessários em termos de atividade econômica. Tenho a plena convicção de que a queda de juros não está na velocidade que nós precisamos. Na verdade, estamos em uma armadilha, porque a nossa taxa Selic atingiu um patamar bastante desestimulante. Entendo que não é possível fazer uma queda abrupta, mas o Banco Central poderia ser um pouco mais desafiador e ter iniciado uma redução mais acelerada”, afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban, em nota da entidade.

Ainda assim, ele avalia que o cenário da inflação segue favorável em 2023.

O corte na Selic era esperado pelo mercado financeiro e pelo mundo político, em meio à apreensão com a política fiscal do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão desta quarta é uma continuação do corte da Selic por parte do Copom, já sinalizado na ata da última reunião, em setembro.

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Pouco antes do anúncio, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse acreditar que iriam manter o ciclo de cortes. No entanto, avaliou que a Selic ainda está em um patamar muito alto.

Integrantes do governo vêm criticando o patamar da Selic. Nesta terça (31), num evento, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse que esperava que os juros caíssem depois dessa reunião do Copom e ressaltou que precisam cair ainda “mais depressa”, nas palavras dele.

Na reunião do Copom de setembro, a Selic já tinha sido reduzida também em 0,5 ponto percentual. O corte desta quarta-feira foi o terceiro seguido na Selic, que começou a cair em agosto.

Nova diretoria da CNI

O empresário Ricardo Alban tomou posse nesta terça-feira como presidente da CNI. Ele tinha sido eleito por unanimidade em maio e substituiu Robson Braga de Andrade no cargo.

Ricardo Alban tem 63 anos, é formado em engenharia mecânica e administração, e construiu a carreira na Bahia. Ele e a nova diretoria vão comandar a principal representante da indústria brasileira até 2027.

Alban afirmou que tem como prioridade a retomada da indústria como motor do desenvolvimento econômico e social do país, e acredita que há uma conjuntura favorável para tanto.

Ele disse ser preciso mobilizar o Brasil por uma nova industrialização e ter uma atuação forte para aumentar a produtividade dos trabalhadores na indústria.

Alban defendeu ainda a inovação e pesquisa para acompanhar as revoluções tecnológicas em curso. Citou também a reforma tributária e a necessidade de um diálogo com o setor financeiro para empréstimos e investimentos a taxas mais competitivas.

O evento de posse contou com a presença de parlamentares e autoridades, entre elas o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e Geraldo Alckmin, que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Este conteúdo foi originalmente publicado em CNI avalia que novo corte da Selic é insuficiente para impedir queda da atividade econômica no site CNN Brasil.

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