Votação do arcabouço fiscal, IPCA-15, balanço da Oi (OIBR3) “atrasado” e ata do Fomc: o que acompanhar na semana

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Em uma semana sem tantos indicadores domésticos, o noticiário político chamará a atenção nos próximos dias.

Todos os olhos estarão voltados para a votação do novo projeto de arcabouço fiscal no plenário da Câmara dos Deputados, aponta o Itaú.

O relator do projeto, deputado Claudio Cajado, apresentou sua versão final aos líderes partidários na segunda-feira passada (15) e, dois dias depois, a Câmara dos Deputados aprovou o pedido de urgência do projeto de lei do marco fiscal (PL 93/23).

“A nosso ver, o texto ficou um pouco melhor do que o esperado e trouxe algumas melhorias em relação à versão original”, apontam os economistas do Itaú.

Assim como na proposta original, o projeto de lei estabelece que, caso o governo não cumpra a meta de resultado primário traçada no arcabouço, a próxima proposta orçamentária estabelecerá que o crescimento das despesas será reduzido para 50% do aumento das receitas do ano anterior (ante 70% se a meta de resultado primário for atingida). “A diferença é que, agora, essa medida corretiva afetará permanentemente a base de cálculo do crescimento do gasto público, enquanto na versão original tal medida afetava apenas o ano seguinte, e não os seguintes”, aponta o banco.

O parecer também inclui uma lista de restrições caso a meta de resultado primário não for atingida. Se aprovado (por 50%+1), o parecer seguirá para aprovação no Senado.

Outro ponto que merece destaque é a data ainda não marcada para os indicados a diretores do Banco Central (Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino) comparecerem na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para aprovação dos nomes. Contudo, de acordo com o Broadcast, a sabatina pode ocorrer no início do próximo mês.

Já entre os indicadores, destaque para a inflação medida pelo IPCA-15 de maio, a ser divulgada na quinta-feira (25) pelo IBGE. “Esperamos alta mensal de 0,64%, com a taxa anual estável em 4,2%”, avalia o Itaú, destacando que provavelmente haverá pressão de alimentação em casa, principalmente in natura. No que diz respeito ao núcleo da inflação, serviços devem ficar praticamente estáveis na margem, enquanto bens industriais podem desacelerar.

O Bradesco também espera alta de 0,64% influenciado pela alta de alimentos in natura e produtos de higiene pessoal. Por outro lado, serviços e preços administrados devem exibir alguma desaceleração. Além do IPCA-15, a semana reserva ainda as primeiras sondagens da FGV de maio do consumidor, na quinta, e da construção, na sexta (26).

O Banco Central divulgará ainda a nota do setor externo, na sexta feira.

O Itaú espera déficit de US$ 200 milhões em transações correntes, ante superávit de US$ 100 milhões registrado no mesmo mês do ano passado. A balança comercial deve registrar superávit de US$ 6,9 bilhões (com quantidade maior de petróleo e soja). Os economistas do banco projetam que o déficit em transações correntes em 12 meses alcance US$ 52,5 bilhões (2,7% do PIB).

O investimento estrangeiro direto deve apresentar resultado positivo de US$ 5,2 bilhões, resultando em superávit de US$ 83,9 bilhões em 12 meses.

A arrecadação de abril pode sair ao longo da semana, para a qual o Itaú espera um resultado de R$ 202 bilhões.

No cenário corporativo, a Oi (OIBR3;OIBR4), em nova recuperação judicial, após adiamentos, divulgará seus resultados do quarto trimestre de 2022 (4T22) na próxima segunda-feira (22), depois do fechamento do mercado.  A teleconferência com o mercado será na próxima terça (23), às 11h (horário de Brasília).

Cabe ressaltar que o conselho de administração da Oi aprovou o plano da sua segunda recuperação judicial, que tem por objetivo apresentar aos credores uma solução para equalizar uma dívida de R$ 44,3 bilhões. “O plano de recuperação judicial reflete as negociações mantidas, até a presente data, com seus principais credores e outros stakeholders (partes interessadas) para reestruturação das dívidas”, afirmou a Oi.

Ata do Fomc e inflação nos EUA são destaque no exterior

O foco se concentrará na ata da última reunião do Federal Open Market Committee (Fomc). Na quarta feira, o Federal Reserve divulgará a ata da sua última reunião de política monetária, quando aumentou a taxa básica de juros em 0 25 ponto percentual. “O documento será importante para avaliar a possibilidade de encerramento do ciclo de altas nos EUA”, aponta o Bradesco.

No dia seguinte, será publicado o PIB do primeiro trimestre dos EUA, enquanto o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) para abril sairá na sexta-feira. A medida de núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal é o indicador de inflação preferido do Federal Reserve.

Além disso, diversos índices de sentimento econômico serão publicados: índices de gerentes de compras – PMI, na sigla em inglês – nos EUA e zona do euro (prévia de maio); índices de clima de negócios (maio) e confiança do consumidor (junho) na Alemanha.

No domingo (21), haverá decisão de política monetária na China.

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