Autoestima: do berço para a vida; entenda porque é preciso aprender a ter ‘amor próprio’ desde a infância

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‘Autoestima é um fenômeno afetivo’, diz a especialista. Sentimento é desenvolvido de acordo com o meio onde estamos inseridos. Marina Ximenes e a filha Elis
Arquivo Pessoal
A definição da palavra autoestima é “qualidade que pertence ao indivíduo satisfeito com a sua identidade e que valoriza a si mesmo”. Mas, na vida real, muitas pessoas não possuem essa “autovalorização”.
De acordo com Ângela Branco, mestra em psicologia e professora da Universidade de Brasília (UNB), a autoestima tem relação direta com os vínculos. Trata-se de um processo gradativo, construído desde os primeiros anos de vida.
“A construção da autoestima está vinculada com a interação do indivíduo com as pessoas ao seu redor, com quem estabelece vínculos. A autoestima é um fenômeno afetivo,” diz a especialista.
O g1 ouviu informalmente 40 pessoas, com idade entre 19 e 30 anos, nas ruas do Distrito Federal. Entre estudantes, profissionais da área de tecnologia, advogados, dentista, donas de casa e motoristas de aplicativo.
🙂Apenas quatro (10%) disseram que gostam da própria aparência
😐16 pessoas (40%) se acham “normais” – como disse um entrevistado: “nem bonito demais pra te dar trabalho, nem feio demais pra te fazer passar vergonha”
☹20 pessoas (50%) disseram não gostar do corpo, do cabelo, da cor da pele e até mesmo do jeito que andam ou que falam.
Para Leticia Lucena, de 27 anos, o desenvolvimento da autoestima foi um processo lento e que levou tempo para acontecer. A moradora da região de Taguatinga diz que foi preciso fazer 10 anos de terapia para “se aceitar” e, ao mesmo tempo, entender que é preciso “estar em busca de evolução”.
“Antes eu fazia de tudo pra agradar pessoas que eu nem conhecia de verdade, buscava validação de terceiros pra minha vida e achava que estava certo” diz Leticia.
Tudo começa na infância
Autoestima: criança do DF arruma e exibe cabelos cacheados
A professora da UnB Ângela Branco explica que a construção da autoestima acontece ao longo da vida. Mas a infância é o começo de tudo.
Mesmo na fase onde o bebê ainda não se comunica por meio da fala, a autoestima já começa a ser introduzida no subconsciente. A maneira como ele é tradado pelos pais, familiares, professores, colegas de escola, é fundamental, diz a especialista.
Para a pequena Elis, de 5 anos, a autoestima é uma realidade. Segundo a mãe, Marina Ximenes, a menina sempre foi extremamente vaidosa e gosta de estar bonita (veja vídeo acima).
Elis é apaixonada pelo cabelo cacheado e faz questão de mantê-lo com bastante volume, estilo black power. Marina conta que sempre incentivou o autocuidado da filha.
De acordo com Ângela Branco, “a verdadeira autoestima é mais fortemente expressada pelo comportamento do que por palavras”. A professora de psicologia diz que se trata de um processo gradativo e em construção, e que o mesmo acontece com a insegurança.
“Os pais devem avaliar o comportamento da criança e estimular o melhor dela. Algumas recebem muito apoio e acolhimento de uma parte e, às vezes, não recebem nada das outras [pessoas com as quais convive]. Isso pode influenciar em seu desenvolvimento”, diz a psicóloga.
Como muitos dos costumes, hábitos e sentimentos que os adultos carregam são trazidos da infância, crianças que não tiveram a autoestima bem construída, podem se tornar adultos inseguros. Elis, a menina de 5 anos, e Leticia, a empresária de 27 anos, são dois exemplos disso.
“Não tem nada melhor do que fazer as pazes consigo mesmo, e é a parte mais difícil, com certeza. Entender que tudo é um processo, e que você sempre está tentando fazer o seu melhor com as ferramentas que tem, é um passo fundamental pra encontrar a autoestima” , diz Leticia.
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