Governo ucraniano vê falta de boa vontade de Lula para reunião com Zelensky; Brasil alega incompatibilidade de agenda

governo-ucraniano-ve-falta-de-boa-vontade-de-lula-para-reuniao-com-zelensky;-brasil-alega-incompatibilidade-de-agenda

O governo da Ucrânia mandou um recado para o do Brasil depois do fracasso de um encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Volodymyr Zelensky: faltou “boa vontade política” do Brasil para a realização da reunião bilateral.
Lula participou da reunião de cúpula do G7, que reúne as sete maiores economias do mundo, na condição de convidado. O evento acontece em Hiroshima, no Japão, e o presidente brasileiro chegou ao país asiático na última quinta-feira (18). Zelensky também foi ao encontro e pediu uma reunião bilateral com o presidente brasileiro.
Segundo o governo brasileiro, foram oferecidos horários para uma conversa neste domingo (21), mas as agendas não se encaixaram.
O presidente da Ucrânia admitiu que houve incompatibilidade das agendas para a realização do encontro bilateral, mas a avaliação é que o governo brasileiro demorou a responder ao pedido de agenda feito por Zelensky. Se houvesse uma resposta positiva desde o início, talvez fosse possível encontrar um horário compatível para os dois.
A equipe de Lula diz que não houve demora, mas sim uma avaliação das agendas durante a reunião de cúpula do G7, já que a participação de Zelensky, apesar de cogitada, só se confirmou de última hora.
Segundo um assessor, não dava para desmarcar agendas com outros líderes para encaixar uma com o ucraniano. Lula teve uma agenda cheia no Japão.
O fato é que o presidente da Ucrânia mandou de forma indireta seu recado de descontentamento, ao dizer que não era ele, mas Lula que deve ter ficado decepcionado com a não realização da agenda bilateral entre os dois.
O governo brasileiro destaca que o próprio Zelensky reconheceu, em sua entrevista, que não foi possível compatibilizar as duas agendas. E lembra ainda que uma sala chegou a ser montada para a reunião entre eles, mas que o encontro, por problemas de agenda, não foi realizado.
Depois de escorregadas diplomáticas, quando chegou a dizer que tanto Rússia como Ucrânia tinham responsabilidade pela guerra entre os dois países, o presidente Lula ajustou seu discurso e passou a dizer claramente a posição do Brasil de condenar a invasão russa do território ucraniano.
O Brasil, porém, prefere manter uma posição de neutralidade para defender uma solução para o conflito pela via diplomática. O fato de o encontro entre os dois presidentes não ter se realizado pode prejudicar a imagem do Brasil como um defensor de um acordo de paz, porque para os seus críticos para a mensagem de pender mais para o lado russo do que do ucraniano.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.