Ex-presidentes da América Latina e Espanha condenam Venezuela e fazem alerta à comunidade internacional

O grupo Liberdade e Democracia, formado por 17 ex-presidentes de países da América Larina e da Espanha, divulgou uma carta condenando a Venezuela por reivindicar parte do território da Guiana.

O texto diz que o grupo “condena categoricamente a tentativa de Nicolás Maduro e do governo da Venezuela de resolverem as suas reivindicações territoriais sobre a Guiana de uma forma antidemocrática, unilateral e sem respeito pela ordem internacional”.

Além disso, o documento ressalta que “o diálogo, os acordos e o pleno respeito pelo direito internacional são a única forma de alcançar soluções pacíficas, justas e sustentáveis ​​ao longo do tempo”.

Leia Mais:

Venezuela condena Guiana por dar “sinal verde” para presença militar dos EUA em Essequibo

Exército brasileiro detecta aumento de tropas venezuelanas na fronteira com Guiana

Maduro anuncia criação de zona de defesa de Guiana Essequiba e nomeia general

Para o grupo de ex-presidentes, as posições de Maduro e da Venezuela “são acontecimentos da maior gravidade e que devem alertar a comunidade internacional, e especialmente as Nações Unidas e a OEA” e que “a condenação deste comportamento agressivo e ilegal deve ser clara, firme e transversa”.

O grupo é formado pelos ex-presidentes:

Mario Benitez (Paraguai);
Janine Chavez (Bolivia);
Jose Maria Aznar (Espanha);
Felipe Calderon (México);
Rafael Calderon (Costa Rica);
Ivan Duque (Colômbia);
Vicente Fox (México);
Osvaldo Larrea (Equador);
Guilherme Lasso (Equador);
Mauricio Macri (Argentina);
Mireya Miscoso (Panamá);
Andres Pastrana (Colômbia);
Sebastian Pinera (Chile);
Jorge Quiroga (Bolívia);
Mariano Rajoy (Espanha);
Miguel Rodrigues (Costa Rica); e
Luis Abinader (República Dominicana).

Veja a íntegra da nota:

“O Grupo Liberdade e Democracia condena categoricamente a tentativa de Nicolás Maduro e do governo da Venezuela de resolverem as suas reivindicações territoriais sobre a Guiana de uma forma antidemocrática, unilateral e sem respeito pela ordem internacional.

Reafirmamos que a forma de resolver as divergências entre os Estados são os acordos bilaterais e os mecanismos estabelecidos pelo direito internacional. Expressamos que o diálogo, os acordos e o pleno respeito pelo direito internacional são a única forma de alcançar soluções pacíficas, justas e sustentáveis ​​ao longo do tempo.

Neste caso, a disputa territorial entre a Guiana e a Venezuela foi corretamente submetida à jurisdição da Corte Internacional de Justiça, que é o órgão competente para resolvê-la.

Acreditamos firmemente que a celebração oportunista do referendo realizado em 3 de Dezembro não é um mecanismo válido para resolver questões territoriais entre Estados soberanos.
Condenamos a tentativa da Venezuela de utilizar esta ferramenta para legitimar uma grave ameaça contra a integridade territorial e a soberania da Guiana, o direito internacional e a paz na região. Da mesma forma, repudiamos a utilização deste conflito para justificar os mandados de prisão contra 13 líderes da oposição, incluindo membros da equipe de trabalho da candidata presidencial María Corina Machado.

A apresentação pública de um mapa da Venezuela, que considera o território da Guiana Esequiba anexado à Venezuela, a movimentação de tropas do Exército Venezuelano na fronteira, a criação administrativa de uma nova região chamada Guiana Esequiba, e a retórica agressiva utilizada por Nicolás Maduro durante os últimos dias, são acontecimentos da maior gravidade e que devem alertar a comunidade internacional, e especialmente as Nações Unidas e a OEA. A condenação deste comportamento agressivo e ilegal deve ser clara, firme e transversal.

É necessário sublinhar que o regime de Nicolás Maduro violou de forma grave, sistemática e durante décadas o direito internacional, os princípios democráticos e os direitos humanos do povo da Venezuela. Esta tentativa de ameaçar a integridade territorial e a soberania da Guiana é outro exemplo da urgência de restabelecer as liberdades, o Estado de direito e a democracia na Venezuela e de avançar para uma governação internacional mais eficaz para prevenir e controlar este tipo de abuso.

Hoje, além disso, as ações da Venezuela violam uma ordem vinculativa do Tribunal Internacional de Justiça de não tomar qualquer ação que altere o estatuto do território disputado.

Por último, reiteramos o nosso apelo à comunidade internacional para que exija a implementação de um processo eleitoral justo, livre e transparente na Venezuela, que garanta uma transição para uma Venezuela mais livre, democrática, justa e próspera”.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ex-presidentes da América Latina e Espanha condenam Venezuela e fazem alerta à comunidade internacional no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.