Ministério dos Povos Indígenas acionará AGU após Congresso derrubar veto ao marco temporal

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O Ministério dos Povos Indígenas anunciou, nesta quinta-feira (14), que acionará a Advocacia-Geral da União (AGU) para entrar com uma ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF) após o Congresso Nacional derrubar vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao marco temporal.

Entre os dispositivos cujo veto foi rejeitado pelo Legislativo, estão a tese da ocupação das terras indígenas no dia da promulgação da Constituição em 5 de outubro de 1988: a questão do esbulho renitente; a indenização das benfeitorias e do valor da área no caso de desapropriação; da proibição do aumento das terras já demarcadas; e outros.

Segundo a pasta, a medida do Congresso “desrespeita a tradição e a propriedade dos indígenas sobre seus territórios”.

“Essa decisão vai totalmente na contramão dos acordos climáticos que o Brasil vem construindo desde o início deste ano para o enfrentamento à emergência climática que também coloca em risco os direitos dos povos indígenas e de seus territórios”, explica o ministério.

O Partido dos Trabalhadores (PT) também disse que entrará na Suprema Corte contra a decisão do Congresso, com apoio da bancada na Câmara dos Deputados.

Em setembro, o STF, por 9 votos a 2, derrubou a tese do marco temporal. Para a maioria dos ministros, é inconstitucional limitar a demarcação à data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.

A votação no Congresso

Entre os deputados, o placar para a derrubada do marco temporal foi de 321 votos a 137 pela rejeição do veto. No Senado, foi de 53 votos a 19.

Com a medida em vigor, passa a valer a tese que de que os povos indígenas só terão direito à demarcação de terras que já eram ocupadas por eles em 5 de outubro de 1988.

Apesar disso, o Congresso manteve os seguintes vetos do governo:

  • Autorização de garimpos e plantação de transgênicos em terras indígenas;
  • Permissão da celebração de contratos entre indígenas e não-indígenas voltados à exploração de atividades econômicas nos territórios tradicionais;
  • Previsão para que a regra de marco temporal possa ser revista em caso de conflitos de posse pelas terras.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ministério dos Povos Indígenas acionará AGU após Congresso derrubar veto ao marco temporal no site CNN Brasil.

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